Meteorologia

  • 05 MAIO 2024
Tempo
16º
MIN 16º MÁX 21º

Queixa-crime contra Costa? "Não pode ser o PSD sozinho a fazer isso"

Rui Rio esclareceu esta sexta-feira que não avançará sozinho para uma queixa-crime contra o primeiro-ministro. "Se os visados quiserem, o PSD, solidariamente, acompanha essa queixa-crime", afirmou.

Queixa-crime contra Costa? "Não pode ser o PSD sozinho a fazer isso"
Notícias ao Minuto

18:25 - 08/01/21 por Melissa Lopes

Política Rui Rio

O PSD anunciou ao final do dia de quinta-feira que iria apresentar uma queixa-crime contra o primeiro-ministro depois de António Costa ter acusado três social-democratas de integrarem uma campanha para denegrir a imagem do país.

Esta sexta-feira, em declarações aos jornalistas, e após a reunião com o primeiro-ministro, Rui Rio sublinhou que "se justifica a queixa-crime face às declarações proferidas" e que "se os visados o quiserem, o PSD, solidariamente, acompanha essa queixa-crime".

"Não pode ser o PSD sozinho a fazer isso, até porque o PSD não é diretamente visado. Visados foram esses três militantes. Se algum deles o quiser fazer, o PSD está solidário e acompanha. Compete a cada um deles decidir se o faz ou não, penso que não", explicou.

Ora, Paulo Rangel e Miguel Poiares Maduro já anunciaram que não vão avançar. Ricardo Batista Leite também não deverá fazê-lo. Cai assim por terra a intenção do partido de apresentar uma queixa-crime contra António Costa.

"As declarações de António Costa, ao afirmar a existência de uma campanha contra o nosso país, sem justificação ou fundamentação, revelam sem margem para dúvida um exercício delirante e inaceitável das funções de primeiro-ministro", criticou o partido, num comunicado da Comissão Permanente do PSD difundido esta quinta-feira.

O partido considera que "a acusação individualizada de três destacados militantes do PSD, agrava essa irresponsabilidade e justifica a apresentação de uma queixa crime contra o primeiro-ministro, junto do Ministério Público".

"O primeiro-ministro, em declarações públicas, afirmou hoje [quinta-feira] a existência de uma campanha internacional organizada com o objetivo de prejudicar a imagem e o nome de Portugal na cena internacional. Mais grave, apontou como líderes dessa campanha os nossos companheiros Paulo Rangel e Miguel Poiares Maduro. E, em claro desespero, estendeu a intenção de prejudicar o nosso país ao nosso companheiro Ricardo Baptista Leite, este 'na vertente sanitária'", lia-se no texto.

Para o PSD, as declarações de António Costa "visam apenas desviar as atenções do real problema", dizendo que este consiste na "grave conduta da sra. ministra da Justiça, ao mentir, em diversas circunstâncias, sobre o dossier de nomeação do representante português na Procuradoria Europeia".

"E da cumplicidade do sr. primeiro-ministro ao não a demitir e, assim, lhe garantir um apoio político, que demonstra que a mentira é matéria que, em nada, o incomoda", concluía a direção restrita social-democrata.

O primeiro-ministro acusou Paulo Rangel, Miguel Poiares Maduro e Ricardo Batista Leite de estarem envolvidos numa campanha para denegrir a imagem externa do país durante a presidência portuguesa do Conselho da União Europeia.

António Costa fez esta acusação em conferência de imprensa, no final do Conselho de Ministros, depois de questionado sobre a polémica em torno da escolha do procurador europeu José Guerra e sobre a situação da ministra da Justiça, Francisca Van Dunem, neste processo.

De acordo com o primeiro-ministro, o eurodeputado do PSD Paulo Rangel, o antigo ministro Miguel Poiares Maduro e, "numa outra frente, essa sanitária", o deputado social-democrata Ricardo Batista Leite "lideram uma campanha internacional contra Portugal".

António Costa voltou a defender que este tema da nomeação do procurador europeu "não tem a menor relevância" política, invocando a este propósito a posição manifestada sobre o assunto pelo presidente do Conselho Europeu, Charles Michel.

"As tentativas de alguns de pretenderem transformar a presidência portuguesa num palco de oposição ao Governo português é um precedente gravíssimo, o qual nós não toleraremos minimamente. Estamos totalmente de consciência tranquila", reagiu o líder do Executivo.

Leia Também: "Atitude de Costa foi vergonhosa e seria imperdoável em tempos normais"

Recomendados para si

;
Campo obrigatório