A reação do partido surge depois de ser noticiado que ainda não será este verão que os comboios e barcos arrancam no Vale do Tua para a concretização do Plano de Mobilidade, principal contrapartida pela construção da barragem de Foz Tua.

O empreendimento hidroelétrico submergiu parte da linha e, para o BE, os atrasos na execução do plano demonstram "o quanto foi errada a decisão de construção da barragem e extermínio de uma linha férrea essencial não só para as populações que servia diretamente, como aquelas que foram igualmente privadas do seu serviço, mesmo com a promessa dos supostos benefícios que são escassos ou nulos e alguns que pecam por tardios".

Para o Bloco de Esquerda, "o rio Tua e a população merecem mais do que este "empurrar com a barriga" de algo que não deveria ser necessário, porque estariam muito melhor, neste momento, com uma linha do Tua mais forte e renovada, que satisfizesse os interesses das populações e protegesse a fauna e a flora".

Mesmo quando o Plano de Mobilidade for executado, para o BE, "será um embuste para as populações, servindo apenas o turismo e quem explora esses recursos, deixando mais uma vez de fora as populações e os interesses locais".

O que é necessário, defende, "é um investimento forte na ferrovia como meio de transporte ecologicamente sustentável, que de facto sirva as populações reduzindo as desigualdades entre territórios e uma aposta no turismo que sirva as populações de Trás-os-Montes e do Douro".

O presidente da Agência Regional de Desenvolvimento do Vale do Tua, João Gonçalves, confirmou, na semana passada, que o Vale do Tua, em Trás-os-Montes, vai passar mais um verão sem os comboios e os barcos do plano de mobilidade a circular por serem necessárias ainda mais autorizações e adaptações para o projeto com uma década.

A agência tem praticamente prontas as obras que faltavam para desinterditar a linha, que carece de autorização do IMT (Instituto da Mobilidade Terrestre) para retomar a circulação.

Só depois é que o operador a quem foi subconcecionada a exploração do Vale do Tua, Mário Ferreira, o empresário dos barcos do Douro, poderá testar o material circulante para receber a autorização necessária para iniciar a operação.

João Gonçalves está "plenamente convicto que durante os próximos meses se resolverá o que falta resolver e que poderá ser implementado o sistema de mobilidade do Vale do Tua".

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