Centeno no BdP? "Seria um desastre político para ele e para a República"
Francisco Louçã comentou a saída de Mário Centeno do Governo de António Costa e a possível entrada do ministro cessante no Banco de Portugal.
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Política Francisco Louçã
No habitual espaço de comentário na Edição da Noite, da SIC Notícias, Francisco Louçã comentou a saída de Mário Centeno do Governo de António Costa e do Eurogrupo, referindo que "surpreendeu um pouco que tivesse anunciado a sua saída" na semana em que apresentava o Orçamento Suplementar, sublinhando que ficou uma sensação estranha "de fazer um orçamento que não vai defender".
Em especial análise está a possível entrada de Mário Centeno no cargo de Governador do Banco de Portugal, algo que, para o comentador político, o ministro cessante "deixou bem claro que quer" na última entrevista que deu no Telejornal, na RTP.
Louçã assume que as capacidades de Centeno para cumprir as funções que o cargo exige são "indiscutíveis", mas sublinha que tal seria "um desastre político para ele e para a República".
"Creio que é um desastre político, para ele pessoalmente, e, aliás, para a República, que se faça esta espécie de remodelação, com uma espécie de garantia de um lugar confortável e de grande relevo na gestão pública como é o cargo do Governador do Banco de Portugal", afirmou Francisco Louçã, apontando que "daria a entender que é uma espécie de garantia de proteção de um cargo para o outro e que há uma espécie de grupo, uma casta, uma parte da sociedade que tem o privilégio de escolher os cargos que vai obter e assegurar que lhe são atribuídos", algo que, nas palavras do comentador, "criaria enormes problemas".
Francisco Louçã colmata o tema referindo que, se Centeno assumir o cargo, vai fazê-lo como "se fosse um favor que alguém ou o país lhe deve" e que "cada mês que o país sentir as dificuldades económicas ou financeiras, se lembrará de um ministro que se apresenta a si próprio como tendo um enorme sucesso e que se foi embora na altura em que tem uma recessão tremenda".
"As pessoas lembrar-se-ão que Centeno se foi embora", salienta.
Já em jeito de balanço, sobre o desempenho de Mário Centeno enquanto ministro do Estado e das Finanças, Francisco Louçã refere que "foi um sucesso político para o Governo, ganhou imenso poder e até a sua crispação e tensão com António Costa, tão bem revelada pelo episódio do Novo Banco, é uma expressão do poder que ele teve", remata.
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