O voto dos socialistas recorda-o como o representante "de uma geração que nas artes e nas letras, na agitação estudantil e nos movimentos populares, operou a rutura mais radical com a cultura dominante de resignação e subserviência que perdurou até ao fim da ditadura".
"Uma vida intensa de combate pela liberdade, contra o fascismo e contra a guerra colonial", destaca o voto, que recorda a sua prisão e tortura pela PIDE em 1973, sendo mais tarde deportado para Angola e regressou
Era atualmente deputado da Assembleia Municipal da Câmara do Porto, eleito pelo movimento independente do presidente Rui Moreira.
Pedro Rocha Baptista nasceu em Nevogilde, no Porto, em 1948. Licenciado e doutorado em Filosofia pela Faculdade de Letras da Universidade do Porto, publicou vários ensaios, romances e comunicações no campo da filosofia.
A morte de Pedro Rocha Baptista foi revelada horas depois de ter publicado na sua página na rede social Facebook um "é hoje! Até já!", referindo-se à visita que se preparava para acompanhar à exposição "1820. Revolução Liberal do Porto", da autoria de José Manuel Lopes Cordeiro e que davam início às comemorações da revolução, das quais era Comissário Geral.
Foi dirigente estudantil no Porto entre 1968 e 1971, cofundador do jornal "Grito do Povo" de oposição ao Estado Novo, preso político em 1973 e deportado para Angola, regressando a 01 de maio de 1974.
Foi deputado à Assembleia da República, eleito pelo Porto, entre 1995 e 1999, pelo PS. Foi candidato do Partido Democrático do Atlântico (PDA), em 2011, pelo círculo do Porto.
"Da Foz Velha a 'O Grito do Povo'" foi em 2014 o título do primeiro livro de memórias de Pedro Baptista, que se dizia antifascista, comunista, marxista, leninista, coletivista, maoista e que, um dia, enquanto dirigente estudantil, encetou em 1968 uma luta contra o regime ditatorial a partir do Porto.