O futuro do ministro das Finanças tem suscitado curiosidade e feito correr muita tinta. Marques Mendes tem insistido na ideia de que Mário Centeno vai abandonar o cargo no Governo para rumar ao Banco de Portugal. O comentador anunciou inclusive, este domingo, que o 'Ronaldo das Finanças' até "já se despediu do Eurogrupo".
Perante esta possibilidade, o deputado do CDS João Almeida comenta: "É preciso dizer que o 'o Rei vai nu', porque parece que ninguém se importa".
E acrescenta que a possível nomeação de Mário Centeno para governador do Banco de Portugal "compromete gravemente a ideia de que é possível ter supervisores e reguladores independentes em Portugal".
"Como será possível acreditar nessa independência depois de uma passagem directa do governo para o mais importante de todos os supervisores?", pergunta, rematando ainda: "Ainda mais, quando o Banco de Portugal teve as falhas que todos conhecemos. Não é normal. Não é indiferente. E, não é aceitável".
Questionado sobre o seu futuro, em entrevista à RTP no dia em que o Orçamento do Estado foi aprovado, Mário Centeno disse estar "totalmente focado" nas suas funções. "Neste momento sou ministro das Finanças e é isso que me importa, amanhã continuarei o meu trabalho", afirmou.
"O 'até quando' nas nossas vidas e em particular nas funções de político é um exercício de adivinhação que ninguém se deveria dedicar".
"Os portugueses têm direito a saber o quanto Portugal progrediu nos últimos anos. Os sucessos que Portugal tem hoje no contexto europeu. Nós estamos, de facto, entre os melhores no desempenho económico e social na Europa", frisou ainda Centeno.
Sobre quem irá o Governo colocar à frente do Banco de Portugal, o ministro revelou que "não houve nenhuma conversa sobre essa matéria". "Ainda temos um meses até chegar a esse momento".
Mas, "não dizer nunca a uma determinada ideia é algo que, ao fim de mais de 50 anos de vida, já aprendi que não devo fazer", concluiu Centeno.