"Muita gente não acredita no PSD" e Costa assiste com "felicidade" a isso
Joaquim Jorge comenta esta quarta-feiras os resultados da primeira volta das diretas no Partido Social Democrata.
© Joaquim Jorge
Política Joaquim Jorge
Joaquim Jorge num artigo de opinião, enviado ao Notícias ao Minuto esta quarta-feira e intitulado ‘O tira-teimas no PSD’, analisa o estado do partido que vai à segunda volta, no próximo sábado, para decidir quem será o seu líder.
O fundador do já extinto Clube dos Pensadores começa por lembrar que apesar de Rui Rio ter tido mais votos na primeira volta isso não é “situação sine qua non” para que já tenha vencido.
“A imprevisibilidade é enorme e as atenções estarão viradas para este sábado, para quem é do PSD e para os portugueses em geral. Pinto Luz não é dono dos votos dos seus apoiantes, mas a grande maioria está com Luís Montenegro”, diz.
Apesar das diretas, que podem mudar o futuro do partido, Joaquim Jorge salienta que “vença quem vencer, o PSD vai ficar partido ao meio”. Isto porque, explica, “o vencedor será por uma margem mínima e isso tem consequências”
“Antigamente o PSD numa disputa deste género saía reforçado e tonificado, mas não me parece. Os tempos mudaram e as coisas já não são como eram. A questão das quotas mostra o que há de pior num partido democrático que é transversal ao PS, CDS, etc”, frisa.
Além disso, refere o também fundador do Matosinhos Independente, “vivemos num sistema em que os partidos acomodam políticos de qualquer cor e ideologia. Há ladrões e honestos, competentes e idiotas, moderados e imprudentes, interesseiros e inteligentes, duros e brandos”.
Por isso, afirma, “o maior problema do PSD com Rio ou Montenegro é que vai ter muitas dificuldades para voltar a ser poder, e isso desmotiva muita gente. O PSD para voltar a ser poder precisa de uma parte do PS mais à direita e isso não é verosímil”.
"As posições estão extremadas e assim o PSD não vai lá. Em vez de haver clarificação, vai continuar a confusão e indefinição”
“O PSD é um partido que vai seguir dentro de momentos e muita gente já não sente, não se identifica, e o mais grave, não acredita no PSD. A sua importância esfuma-se e tende para a irrelevância”, sublinha, acrescentando que, depois da morte de Sá Carneiro, o PSD “vive em constante Sebastianismo e Pedro Passos Coelho encarna na perfeição D. Sebastião, ‘O Desejado’, mas não está disponível tendo em conta a sua vida familiar”.
“A tudo isto assiste António Costa com a sua bonomia, sorriso sarcástico e felicidade interior”, conclui Joaquim Jorge.
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