No seu habitual espaço de comentário na SIC, Luís Marques Mendes fez, este domingo, uma análise sobre os dados já divulgados da noite eleitoral espanhola. Sublinhando que a sua reflexão não se debruça sobre os resultados oficiais, o ex-líder do PSD entente que, contudo, é possível já concluir que o "cenário não é brilhante".
Marques Mendes começou por considerar que estas eleições foram "uma espécie de segunda volta das eleições de abril", cujo o intuito era colocar um ponto final no "impasse político" e na "dificuldade" que existia em criar um novo Governo. "Aparentemente, o impasse mantém-se. Aparentemente, o bloqueio mantém-se", frisou.
Ainda assim, o comentador considera que novas eleições seriam um erro, pois os espanhóis “estão saturados de ir às urnas”.
Marques Mendes salienta também que o crescimento do Vox - que ao que as sondagens indicam se irá traduzir na consolidação do partido de extrema-direita como terceira força política em Espanha - é uma realidade "bastante preocupante para a democracia".
O ex-presidente partidário classifica ainda os resultados dos Ciudadanos como "um trambolhão monumental", considerando "que tinha mais de 50 deputados e que agora pode ficar com menos de 20".
Sendo que, ao que tudo indica, o PSOE apesar de ter voltado a ser o partido mais votado ficou longe da maioria absoluta, Marques Mendes prevê que nos próximos dias se levante “um movimento da opinião pública” para que os socialistas e o PP, enquanto maior partido da oposição, se entendam e “façam um esforço para viabilizar um governo minoritário”.