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"Se a intenção do PS é discutir ideias para o país o PAN está disponível"

O líder do PAN, André Silva, não quis esclarecer se aceita ou não entrar na geringonça.

"Se a intenção do PS é discutir ideias para o país o PAN está disponível"
Notícias ao Minuto

00:41 - 07/10/19 por Natacha Nunes Costa com Lusa

Política PAN

O porta-voz do Pessoas-Animais-Natureza (PAN), André Silva, congratulou-se na noite deste sábado pela eleição de quatro deputados e por o "conservadorismo" de CDS-PP, PSD e PCP ter perdido a maioria no parlamento. Mas ficou uma questão por esclarecer, se o PAN aceita ou não fazer parte da geringonça.

Visivelmente feliz com os resultados, quadruplicando assim o número de deputados presentes no Parlamento, André Silva começou o seu discurso gritando: "Conseguimos!"

O PAN consolidou-se no sistema político português, de acordo com o líder do partido, "em contragosto de todos aqueles que o olhavam como uma moda e quiseram impedir o seu crescimento".

De acordo com André Silva, "estes resultados refletem o trabalho desenvolvido ao longo desta legislatura e do valor das nossas ideias e propostas".

"Refletem também a rejeição de modelos e ideologias e demonstram ainda que há portugueses que se batem por um país livre de qualquer discriminações ou manifestações de violência, que quer ver reforçada a solidariedade", adiantou.

André Silva, que subiu ao púlpito depois do discurso do secretário-geral do PS, António Costa, lançou ainda farpas à Direita e à Esquerda. "O conservadorismo perdeu a maioria que tinha no Parlamento. A maioria conservadora constituída pelo PSD, CDS e PCP perdeu a maioria que tinha no Parlamento".

Assim sendo, o PAN defende que "estão reunidas condições para que Portugal avance na convergência dos valores do Século XXI".

Já sobre uma possível aliança com o Partido Socialista, André Silva não quis esclarecer se aceita ou não um convite feito, eventualmente, por António Costa. O líder do PAN preferiu deixar no ar a possibilidade de se juntar à geringonça.

"O PAN não quer fazer parte da solução governativa [...] Se a intenção de António Costa é discutir ideias para o país, o PAN está disponível para discutir ideias para o país, com qualquer partido", concluiu.

Há "dois partidos representados no Parlamento que trazem ideias perigosas"

Sobre a entrada do Chega no Parlamento, André Silva referiu que há "dois partidos representados no Parlamento que trazem ideias perigosas", o Chega e o CDS-PP, considerando que "o movimento extremista em Portugal teve uma forte redução, por via do CDS ver a sua bancada reduzir de 18 para 5 deputados, mas teve um pequenino reforço de um outro partido que pensa de forma muito idêntica ao CDS [o Chega]".

Durante o discurso, André Silva vincou que o resultado do PAN mostra que os eleitores "perderam o medo de abraçar projetos políticos diferentes, com visão de longo prazo, livres de talas ideológicas, com respostas corajosas e não compatíveis com a doutrina dominante do desenvolvimento - da direita à esquerda - que se pauta pelo crescimento económico que não olha a meios para atingir os seus fins".

Os quatro deputados eleitos, asseverou, serão uma voz para impedir a exploração de petróleo no país, para garantir habitação à população sem-abrigo, para combater a violência doméstica e o tráfico de seres humanos e para garantir um Estado de Direito que protege ecossistemas, entre outras questões.

De acordo com o dirigente, o PAN não estará "capturado" pela Confederação dos Agricultores de Portugal - "a padroeira dos ministros da Agricultura" - e estará contra "todos os regimes totalitários".

"Ao contrário da maioria dos partidos, não prestamos vassalagem à China, porque para nós o dinheiro não vale mais do que as pessoas", sublinhou.

"O nosso desígnio é continuar a lembrar que, para nós, não há sectores intocáveis e que a mudança do paradigma toca a todos. Somos um partido de presente e futuro. Mais importante do que olhar para a esquerda ou para a direita, é seguir em frente, convictos e firmes na transição, na mudança de paradigma na forma como nos relacionamos com os outros e com o planeta", disse André Silva, no final do seu discurso.

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