"É o desafio que o PS propõe, naquilo que foram os resultados eleitorais: criar uma base de entendimento com os partidos da oposição e poder fazer e realizar e concretizar a mudança", declarou, depois de apurados os resultados eleitorais.
O PS foi o segundo partido mais votado, tendo eleito 19 deputados, logo atrás do PSD, que ganhou as eleições e elegeu 21 deputados, mas perdeu a maioria absoluta com que sempre governou a Região Autónoma da Madeira.
O parlamento madeirense é composto por 47 deputados, pelo que é necessário um mínimo de 24 para formar maioria absoluta.
O desafio de Paulo Cafôfo visa os outros três partidos que elegeram deputados ao parlamento regional: o CDS-PP, com três, o JPP, também com três, e a CDU, com um.
"Estamos disponíveis e por isso fica aqui o desafio a todos os partidos da oposição", disse.
E reforçou: "Queremos encontrar uma base de entendimento para uma solução que seja de consenso, que garanta a estabilidade governativa. É nisto que acreditamos, é por isto que vamos continuar a lutar."
Ainda antes de estarem fechados os resultados, o número dois da lista do CDS-PP às eleições legislativas de hoje na Madeira, José Manuel Rodrigues, admitiu uma coligação eleitoral com quem vencesse as eleições ao afirmar que o seu partido pode ser decisivo na formação do futuro Governo Regional.
"Apesar desta bipolarização [entre PSD e PS], o CDS mantém a sua representação parlamentar, mantém o grupo parlamentar e isso pode ser decisivo na formação do futuro governo da Madeira", disse aos jornalistas.
Quando os resultados finais foram conhecidos, e ainda antes do discurso de Paulo Cafôfo, o líder do CDS-PP/Madeira, Rui Barreto, proclamou a vitória do centro-direita nas eleições regionais por ter conseguido eleger três deputados e possibilitar uma maioria absoluta em coligação com o vencedor PSD.
Depois das declarações do socialista, foi a vez de o cabeça de lista do PSD e atual presidente do Governo Regional, Miguel Albuquerque, fazer a sua intervenção, referindo que um eventual acordo com o CDS-PP para ter uma maioria que permita a governação na Madeira passará por "uma coligação de governo".
Paulo Cafôfo felicitou o PSD e o seu cabeça de lista pela vitória, mas realçou que o resultado eleitoral indica o "fim de um ciclo político" e do "poder absoluto", vincando que a "esmagadora maioria" da população madeirense não votou nos social-democratas.
"É por isso que não desisto da mudança nesta terra", afirmou.
O Partido Socialista preparou a Praça Colombo, no centro do Funchal, perto da sede, para reunir os militantes e simpatizantes e prestar declarações à comunicação social, mas o ambiente manteve-se calmo durante horas e o recinto só ganhou mais movimento e agitação com a chegada do cabeça de lista.
"O PS teve nestas eleições um resultado histórico, o melhor resultado da história do Partido Socialista na Madeira", sublinhou, num discurso várias vezes interrompido por dezenas de apoiantes, que gritavam "mudança" ou "nós só queremos Cafôfo a presidente".
Paulo Cafôfo agradeceu a participação dos madeirenses nestas eleições e dirigiu elogios, em particular, a todos os que tiveram a "coragem de mudar" e a "coragem de votar no PS".