PS considera "indispensável" nova audição a Constâncio
O líder parlamentar do PS considerou hoje "indispensável que a Comissão de Inquérito à Caixa volte a questionar Vítor Constâncio, mas também o então vice-governador do Banco de Portugal Pedro Duarte Neves, face à "omissão inexplicável dos seus depoimentos".

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Política Carlos César
"O grupo parlamentar do PS entende indispensável voltar a questionar Vítor Constâncio, tal como por exemplo o então vice-governador Pedro Duarte Neves, face à omissão inexplicável dos seus depoimentos a esse respeito na Comissão de Inquérito", referiu Carlos César, numa declaração à Lusa.
Num requerimento dirigido ao presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito, assinado pelo vice-presidente da bancada socialista João Paulo Correia, o PS refere que, "tendo em consideração o conteúdo das notícias veiculadas pela comunicação social que referem a existência de troca de informação entre o Banco de Portugal e a Caixa Geral de Depósitos", deve ser realizada uma segunda audição com Vítor Constâncio.
Para essa audição, o PS invoca também a uma reunião do Conselho de Administração do Banco de Portugal "em que terão sido analisados os créditos concedidos a José Berardo, assim como a circunstância de estes factos não estarem refletidos no atual acervo documental da comissão de inquérito".
Além da realização de uma segunda audição com o seu antigo secretário-geral e antigo ministro das Finanças, a bancada socialista solicita também junto do Banco de Portugal vários documentos.
Neste contexto, o PS quer ter acesso às "informações prestadas pela Caixa Geral de Depósitos ao Banco de Portugal, em que sejam mencionadas operações de crédito, ou alterações de posição societária, relativamente a outras instituições bancárias, no período de 2000 a 2015".
O PS quer ainda analisar as atas das reuniões do Conselho de Administração do Banco de Portugal "em que tais informações tenham, de alguma forma, sido mencionadas".
O jornal Público noticia hoje que Vítor Constâncio omitiu do parlamento que, em 2007, quando era governador do Banco de Portugal (BdP) autorizou o investidor José Berardo a levantar 350 milhões da Caixa Geral de Depósitos (CGD) para comprar ações do BCP.
De acordo com o Público, esta omissão coloca em causa o depoimento de 28 de março, na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) à gestão da CGD, ocasião em que o ex-vice-presidente do Banco Central Europeu disse que o BdP não podia saber que a CGD ia financiar Berardo, antes de o crédito ser dado.
Depois destas notícias, PSD, BE, CDS e PCP anunciaram que vão pedir uma nova audição de Vítor Constâncio na comissão de inquérito sobre a Caixa, bem como o acesso às atas das reuniões do Conselho de Administração do Banco de Portugal.
O CDS-PP defendeu mesmo que, caso se comprove que o antigo governador do Banco de Portugal mentiu à Comissão parlamentar de inquérito sobre a Caixa, o caso deve ser entregue ao Ministério Público porque "tem contornos criminais".
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