"A prioridade agora é a formação de governo, respeitando-se, parece-me, a vontade dos portugueses, naquilo que levará a AD a terminar um projeto que foi irresponsavelmente interrompido. E o apelo que eu faço, desde logo, aos outros partidos, aos partidos das oposições, é de que percebam, façam essa leitura, e assegurem essa estabilidade de que Portugal precisa e que os eleitores querem", afirmou.
Nuno Melo falava aos jornalistas no Palácio de Belém, em Lisboa, no final de uma audiência de mais de uma hora com o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa na sequência das eleições legislativas antecipadas, que a AD - Coligação PSD/CDS venceu.
"Não há dúvida nenhuma sobre quem ganhou neste campeonato, quem ganhou neste campeonato foi a AD. E agora cabe às oposições, aos outros partidos que não venceram as eleições, parece-me, lendo bem esses resultados, assegurarem essa estabilidade que Portugal deseja" e que é prioritária, salientou o também ministro da Defesa Nacional.
Questionado para quem se dirige o apelo, o líder do CDS-PP não particularizou, respondendo que "é dirigido à dimensão parlamentar".
"Há um projeto político que venceu, a AD, há partidos que se sentarão nos bancos da oposição, parece-me que, bem lidos os resultados e bem avaliada a vontade dos portugueses, deverá acontecer em relação ao próximo futuro, aquilo que não aconteceu no último ano, ou seja, valorizando-se o interesse do país muito mais do que o interesse dos partidos, é isso que Portugal precisa", indicou.
O presidente do CDS-PP defendeu que o país "não quis instabilidade e crise política" e "deseja agora estabilidade e um Governo a continuar a resolver os problemas dos portugueses".
Nuno Melo considerou que a crise política que levou a eleições legislativas antecipadas "foi completamente escusada", e que "isso ficou demonstrado de forma muito clara", sustentando que "o resultado alcançado reforçou aquela que é a legitimidade, a credibilidade deste projeto político da AD, do Governo e também do primeiro-ministro".
Sobre uma revisão constitucional, processo que a IL já disse que quer iniciar, o centrista antecipou que "o CDS estará presente nesta revisão" com ideias que são "conhecidas, estáveis, perenes", mas recusou alongar-se muito mais neste assunto, considerando ser extemporâneo.
"Quando chegar o tempo, o CDS há de ter uma posição que será pública, através desde logo do seu grupo parlamentar", indicou.
Nuno Melo recordou como CDS-PP foi o único partido que votou contra o texto da Lei Fundamental, em 1976, "por ser marcadamente ideológica, impondo ao país um caminho para o socialismo", e que ao longo dos anos, "apresentou sempre projetos em cada um dos processos de revisão constitucional".
Além de Nuno Melo, estiveram presentes também na reunião com Marcelo Rebelo de Sousa os vice-presidentes do CDS-PP Telmo Correria, Paulo Núncio e Maria Luísa Aldim.
A AD venceu as eleições legislativas de domingo, com 89 deputados, enquanto PS e Chega empataram no número de eleitos para o parlamento, com 58 cada.
A Iniciativa Liberal continua a ser a quarta força política, com mais um deputado (9) do que em 2024, e o quinto lugar é do Livre, que passou de quatro a seis eleitos.
A CDU perdeu um eleito e ficou com três parlamentares, enquanto o Bloco de Esquerda está reduzido a uma representante, tal como o PAN que manteve um deputado.
O JPP, da Madeira, conseguiu eleger um deputado.
Estes resultados não incluem ainda os eleitores residentes no estrangeiro, cuja participação e escolhas serão conhecidas a 28 de maio.
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