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"O CDS está a censurar-se pelo que fez até agora"

A coordenadora do BE considerou hoje que, na moção apresentada, o CDS-PP está a autoavaliar-se e "censurar-se pelo que fez até agora", desafiando o primeiro-ministro a deixar "a direita perdida nos seus jogos" e avançar onde tem hesitado.

"O CDS está a censurar-se pelo que fez até agora"
Notícias ao Minuto

16:32 - 20/02/19 por Lusa

Política Catarina Martins

"Estamos num debate um pouco estranho. Chama-se moção de censura ao Governo, mas o proponente apressou-se a explicar que não era bem isso. No dia em que anunciou a moção, veio logo dizer que isto era para clarificar a posição do PSD e, portanto, eu presumo que nós estamos numa corrida da direita", criticou Catarina Martins no debate da moção de censura apresentada pelo CDS-PP, que hoje decorre no parlamento.

No BE, garante a sua líder, levam-se "estas coisas a sério", e por isso não deixaram de "ler o texto da moção que o CDS escreveu" e tiraram "a única conclusão possível: é uma moção de autoavaliação e o CDS está a censurar-se pelo que fez até agora e faz muito bem".

"Senhor primeiro-ministro, deixe a direita perdida nos seus jogos e avance onde tem hesitado ou onde se atrasou. O Bloco não faltará", desafiou a líder do BE.

Para a coordenadora do BE, "quando invoca a contestação e as greves, o CDS só pode censurar-se a si próprio por ter apoiado o Governo a travar avanços nos direitos de quem trabalha".

"É verdade, o CDS merece toda a censura", ironizou.

O BE, recordou Catarina Martins, "já anunciou o voto contra esta iniciativa bizarra do CDS".

"Seja isto um jogo floral no campo da direita, para obrigar o PSD a correr atrás do CDS, uma tentativa de um biombo grande para tapar o pavilhão Atlântico ou seja uma moção de arrependimento do CDS pela participação no chumbo de mais investimento público ou de medidas de reposição de direitos dos trabalhadores, seja qual for a motivação do CDS, esta moção não merece o nosso voto", insistiu.

A líder bloquista dirigiu-se diretamente ao primeiro-ministro, António Costa, para considerar que o "Governo tem respostas a dar, não ao CDS, mas ao país".

Na saúde, nas escolas, no PREVPAP, nos transportes e infraestruturas ou na legislação do trabalho, Catarina Martins defendeu que "ainda há tempo" para fazer o que é preciso.

"Resta saber se o governo vai encostar-se à direita que hoje se entretém em jogos de censura. Ou se, pelo contrário, quer aproveitar os meses que ainda temos para os avanços que faltam e que contam na vida das pessoas: salário, habitação, saúde, educação", desafiou.

Catarina Martins elencou aquelas que são as críticas do CDS e que motivam esta moção de censura, como as lutas laborais e greves, considerando que o partido liderado por Assunção Cristas "fala de contestação social e mobilizações sociais como nunca se viu um partido de direita fazer em Portugal".

"Mas o CDS, que não quis a reposição dos feriados, nem as 35 horas, nem o pagamento de horas extraordinárias, que não quis nada do que foi feito em nome de quem trabalha, é o CDS que hoje vê as greves pelo país e censura o Governo pelo que ainda não fez", condenou.

Admitindo que "o Governo podia e devia ter ido mais longe", a líder bloquista acusou o CDS-PP de esconder o que "o país sabe".

"É que, se esses avanços não aconteceram, foi porque o mesmo CDS - seja pela abstenção seja pelo voto contra - apoiou o governo a travar cada uma das soluções quando a esquerda as propôs aqui", argumentou.

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