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PS contra devolução dos extintos hospitais militares às Forças Armadas

O PS manifestou-se hoje contra uma resolução do BE, com origem numa petição, que pedia a devolução da gestão dos extintos hospitais militares às Forças Armadas, num debate que terminou com protestos nas galerias do Parlamento.

PS contra devolução dos extintos hospitais militares às Forças Armadas
Notícias ao Minuto

19:30 - 19/12/18 por Lusa

Política Parlamento

No final do curto debate na Assembleia da República, duas pessoas integrados em grupos - presumivelmente de antigos combatentes -- protestaram audivelmente em lados opostos das galerias, sendo depois retirados pela polícia, como sempre acontece nestes casos.

"É uma crueldade contra o 25 de Abril. Tenham coragem", reclamou um dos manifestantes.

A petição e a recomendação do BE pedem ao Governo a reafetação do Hospital Militar Principal e do Hospital Militar de Belém como hospitais de retaguarda no apoio social e clínico aos militares e ex-militares das Forças Armadas.

Estas duas unidades estão sem utilização desde 2013, quando foi criado o polo de Lisboa do Hospital das Forças Armadas, que está instalado no espaço físico do antigo hospital da Força Aérea, em Lisboa, agregando as valências e serviços dos hospitais de Belém, da Estrela e do hospital da Marinha.

"É uma vergonha e é um escândalo que, enquanto milhares de beneficiários estão à espera, equipamentos e materiais de excelência estejam encerrados", criticou o deputado do BE João Vasconcelos, considerando que, com esta fusão, os militares perderam "mais de 400 camas".

O PS, pelo deputado Miguel Coelho, justificou a recusa em acompanhar a recomendação do BE pelo facto de estarem já concretizados negócios relativos a estes dois hospitais, o Hospital Militar Principal (Estrela) vendido à Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML), em 2015, e o de Belém cedido à Cruz Vermelha.

"É muito mais fácil destruir do que depois repor (...). No atual quadro de recursos humanos e financeiros, não é possível ir mais longe", lamentou, adiantando, contudo, que em ambos os casos haverá disponibilidade das entidades gestoras para fazer protocolos com o Ministério da Defesa.

Rui Silva, pelo PSD, considerou que "a reafetação dos hospitais se justifica", acusando o atual Governo de, "com a sua política de cativações", estar a "estrangular financeiramente" o novo hospital, sendo essa a razão pela qual não está a cumprir com a missão para que tinha sido desenhado.

"O que aqui está em causa não é colocar infraestruturas desaproveitadas ao serviço dos militares portugueses, com o que estamos de acordo, o que está em causa é a prática deste Governo, que, com a sua política de cativações, degrada os serviços públicos", afirmou.

Também o deputado do CDS-PP João Rebelo afirmou que o seu partido não votará contra a recomendação do Governo, por entender ser necessária criar uma solução para os problemas levantados pelos peticionários, embora admitindo que a resolução do BE "não é fazível" devido aos compromissos já assumidos.

Pelo PCP, o deputado Jorge Machado classificou a fusão dos hospitais militares como "um desastre que é preciso reverter", falando numa "negociata" feita entre o então ministro da Defesa Aguiar-Branco e o antigo provedor da SCML Pedro Santana Lopes, numa altura em que eram ambos do mesmo partido, o PSD.

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