Os Verdes lamentam falta de ambição e metas concretas da COP24
A líder parlamentar de Os Verdes (PEV), Heloísa Apolónia, lamentou hoje a falta de ambição das conclusões da recente Cimeira do Clima das Nações Unidas (COP24), nas duas últimas semanas, em Katowice, Polónia.
© Global Imagens
Política Heloísa Apolónia
Em declaração política no parlamento, a dirigente do PEV criticou "atitudes como a dos EUA" de abandono do denominado Acordo de Paris, e lastimou que a COP24 não tenha dado o "sinal de urgência" que se impunha para "gerar e fixar a ambição política de não aumentar em mais de 1,5 graus Celsius a temperatura média do planeta".
"Ao ritmo a que a falta de medidas opera e o aquecimento global avança, a temperatura média do planeta poderá, segundo dados científicos, atingir mais quatro graus Celsius, no final deste século, com consequências catastróficas - subida do nível da água dos mares, aumento do número e intensidade dos extremos climáticos, destruição imensa de biodiversidade, perda de solo útil para agricultura, disseminação de doenças tropicais, entre tantas outras. Aumento do número de refugiados climáticos e ambientais", descreveu.
A COP24 reuniu 197 países, dos quais quatro - Estados Unidos, Rússia, Arábia Saudita e Kuwait - concentraram durante duas semanas as críticas por se negarem a incluir na declaração final as revelações de um relatório do Painel Intergovernamental sobre as Alterações Climáticas (IPCC, na sigla em inglês) que apela para ação "urgente e sem precedentes" para conter o aquecimento global.
O socialista Luís Vilhena, apesar de reconhecer "alguns insucessos" daquela cimeira, destacou "importantes passos" como "documentos importantes assinados - o Livro de Regras", e citou o secretário-geral das Nações Unidas, o português e antigo líder do PS, António Guterres, que defendeu que há que "passar do nível da urgência para o nível da emergência" sobre as alterações climatéricas.
O bloquista Pedro Soares afirmou que "Katowice foi uma desilusão, o Livro de Regras, define algumas metodologias nas formas como se medem os gases com efeito de estufa, mas é uma espécie de fita métrica sem nada para medir porque os países recusaram ambição na definição de metas para as emissões".
Por seu turno, a comunista Ângela Moreira aproveitou para denunciar que "a pretexto do combate às alterações climáticas aproveita-se para legitimar e aprofundar mecanismos que visam mercantilizar o ambiente".
O deputado do PSD Bruno Coimbra dirigiu-se aos "Verdes" para questionar por que aquele partido quer menos combustíveis fósseis, mas votou contra as medidas do PSD de mobilidade elétrica e investimentos na energia eólica e hídrica, e o facto de o PEV reclamar a proteção do litoral e ser, ao mesmo tempo, contra a demolição de habitações ilegais, entre outras.
A democrata-cristã Patrícia Fonseca concordou com o PEV: "é indiscutível que temos de mitigar os efeitos das alterações climáticas e que a COP24 foi, mais uma vez, pouco ambiciosa, sobretudo na falta de definição de metas para os países cumprirem".
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