“Governo prometeu aos professores o que sabia que não podia cumprir”
O presidente do PSD acusa o Governo de ter dado expetativas aos professores sabendo que não as podia cumprir.
© Global Imagens
Política Rui Rio
Na guerra entre professores e Governo, quem tem razão? Para Rui Rio, “quem tem razão são os professores, ponto”. Então, o Governo devia pagar os tais nove anos que os professores reclamam? “Calma”, responde o presidente do PSD, em entrevista à RTP, onde um dos temas foi precisamente o decreto de lei aprovado esta quinta-feira e que define que os professores vão recuperar dois anos e pouco de serviço.
Para o líder social-democrata, o problema está no hábito do Governo de prometer aquilo que sabe que não é possível cumprir.
“Os professores exigem isso ao Governo do PS, apoiado pelo Bloco de Esquerda e pelo PCP porque lhes deram expetativas de poder ser contado o tempo todo”, disse Rio, lembrando que o PSD e o CDS nunca o fizeram.
“Se eu prometer alguma coisa, algum dia, tenho de ter a certeza que é exequível. Menos prometo aquilo que sei que não é exequível, que é o acontece com este Governo muitas vezes”, acusou o social-democrata, colocando-se ao lado dos professores na reivindicação que fazem.
“Naturalmente que os professores têm razão no confronto com o Governo. O Governo prometeu aquilo que sabia à partida que não podia cumprir", disse Rio, frisando que a recuperação do tempo todo na carreira dos professores é algo que está "preto no branco" no atual orçamento que foi negociado com o Bloco de Esquerda e o PCP.
Se há ou não dinheiro para satisfazer as reivindicações dos professores, Rui Rio diz não saber por não ter dados suficientes: "Os sindicatos dizem que contabilizar o tempo todo custa 200 e tal milhões, o Governo diz que custa 600 e tal milhões", notou.
Mário Nogueira, recorde-se, reagiu à decisão do Governo considerando-a "uma declaração de guerra aos professores", mais ainda numa altura de luta. Para este sábado, dia 5, está marcada uma manifestação nacional que o secretário-geral da Fenprof acredita que terá uma adesão maior ainda justamente devido o decreto de lei aprovado esta quinta-feira em Conselho de Ministros.
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