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"É um bocadinho difícil sabermos o que é abusar do acesso ao SNS"

Catarina Martins encerrou sessão pública sobre nova Lei de Bases da Saúde. Coordenadora bloquista recordou João Semedo, manifestou solidariedade com médicos, enfermeiros, técnicos de diagnóstico e auxiliares médicos e apontou o dedo às taxas moderadoras que afastam os cidadãos do Serviço Nacional de Saúde.

"É um bocadinho difícil sabermos o que é abusar do acesso ao SNS"
Notícias ao Minuto

18:50 - 23/09/18 por Pedro Bastos Reis

Política Catarina Martins

A coordenadora do Bloco de Esquerda insistiu este domingo na importância de salvar o Serviço Nacional de Saúde (SNS) e explicou a necessidade de alterar a Lei de Bases na Saúde.

No discurso de encerramento da sessão pública ‘Salvar o SNS: uma nova Lei de Bases da Saúde’, organizada pelos bloquistas, em Lisboa, Catarina Martins começou por dizer que a nova lei de bases “pretende responder aos desenvolvimentos técnicos, científicos, médicos”, assim como “pretende também aprender com o passado, e aprender com esta coisa importante que é proteger o acesso universal e o acesso gratuito da população aos cuidados de saúde”.

Como os bloquistas já tinham adiantado, a iniciativa pretende “juntar forças em torno de uma nova Lei de Bases”, partindo da proposta do partido que já deu entrada na Assembleia da República e que resulta dos contributos de António Arnaut e João Semedo.

O ex-coordenador do Bloco foi recordado por Catarina Martins, que sublinhou a importância da lei de bases ser “popularmente compreendida e acarinhada”. "Como o João Semedo tantas vezes repetia nos nossos debates: ‘se há coisa que protegeu o SNS até hoje, foi sempre a enorme legitimidade popular do SNS’”, recordou a coordenadora bloquista.

Para Catarina Martins, a Lei de Bases da Saúde “precisa de mudar porque hoje temos mecanismos diferentes”, realçando que “quando dizemos que é preciso mudar a lei de bases, precisamos de falar com a generalidade da população”.

Depois, a coordenadora bloquista alertou para situação dos médicos, enfermeiros, técnicos de diagnóstico e auxiliares médicos, reiterando que o SNS “tem de saber respeitar, acarinhar e saber lidar com essa especialização dos seus profissionais”. “Algo vai muito mal num país em que toda esta gente de que depende o SNS é cada vez mais especializada, tem cada vez uma formação mais exigente, um quotidiano mais exigente, e a massa salarial tem vindo a descer, as carreiras têm vindo a ser desvirtuadas e desvalorizadas”, alertou.

Catarina Martins reiterou ainda para a necessidade de “rever o que é universal e gratuito” e apontou o dedo às taxas moderadoras.

“As taxas moderadoras aparecem sempre para que as pessoas não abusem do acesso à saúde. É um bocadinho difícil sabermos o que é abusar do acesso ao SNS. Se quisermos que a promoção da saúde esteja no centro, que as pessoas não esperem para estar doentes para terem uma relação com o SNS, mais difícil fica explicar as taxas moderadoras”, atirou a líder bloquista.

Catarina Martins alertou ainda para o facto de se “estar a alimentar a fuga para o privado quando seguros de saúde possam parecer competitivos em relação ao pagamento das taxas moderadoras no SNS”.

Sobre a necessidade consensos para a nova Lei de Bases na Saúde, a coordenadora do Bloco interpelou o Partido Socialista (PS) e questionou de que lado é que o partido se colocará nesta discussão: "O PS de que lado se quer colocar? De quem faz esta conversa seriamente, para proteger um SNS com capacidade, com orçamento plurianuais, com autonomia, livre da sangria dos privados" ou por outro lado "prefere aliar-se a PSD e CDS, deixar tudo na mesma, e aprofundar o caminho da privatização do SNS?". 

Por isso, rematou, "o PS sabe que tem uma maioria parlamentar para proteger o SNS, para reforçar o acesso universal e gratuito".

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