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PS reafirma voto contra Orçamento
O líder parlamentar do PS reafirmou hoje a hipótese de os socialistas votarem contra o Orçamento para 2014, caso a proposta do Governo não altere a orientação política e não aposte no crescimento e no emprego.
© Global Imagens
Política Zorrinho
No domingo, em entrevista ao Diário de Notícias, o secretário-geral do PS, António José Seguro, colocou a possibilidade de os socialistas votarem contra a futura proposta do Governo de Orçamento do Estado para 2014 - cenário que foi hoje reiterado por Carlos Zorrinho perante a Comissão Permanente da Assembleia da República.
"Com esta cartilha de cortes não há orçamento que possa ser viável. Votaremos contra qualquer orçamento que não mude a orientação política e que não aposte no crescimento e no emprego", declarou o líder da bancada socialista.
Em relação ao próximo orçamento, Carlos Zorrinho referiu que o primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, em carta que enviou à 'troika' (Banco Central Europeu, Comissão Europeia e Fundo Monetário Internacional) a 03 de maio passado, já se comprometeu com um conjunto de cortes.
Segundo o presidente da bancada do PS, por via do compromisso assumido por Pedro Passos Coelho perante a 'troika', o Governo terá de cortar no próximo ano "quase 500 milhões de euros com despedimentos na função pública, 325 milhões de euros na educação, 300 milhões de euros na proteção social, 127 milhões de euros na saúde e quase 1500 milhões de euros no sistema de pensões, sendo 50 por cento disso nas pensões atuais dos funcionários públicos aposentados".
O Governo prepara-se para "ratar em dez por cento ou mais todas as pensões acima dos 419 euros", acentuou o líder da bancada socialista.
Para Carlos Zorrinho, este conjunto de cortes, que disse estarem a ser preparados, mostra que o chamado "novo ciclo do Governo" foi rapidamente abandonado.
"Se tivesse vergonha na cara, também o CDS-PP votaria contra o próximo Orçamento", advogou o presidente do Grupo Parlamentar do PS.
Na sua intervenção, Carlos Zorrinho também desafiou a maioria PSD/CDS a aprovar no próximo dia 03 de outubro, na Assembleia da República, um conjunto de diplomas apresentado pelo PS para estimular a atividade económica.
"As propostas do PS de redução do IVA da restauração, de incentivo às pequenas e médias empresas, de apoio aos inquilinos com mais dificuldades de adaptação à lei das rendas, e de aplicação de regras de justiça no cálculo do Imposto Municipal sobre Imóveis não são uma panaceia para o país, mas são um sinal de um outro caminho e de uma outra política", sustentou o líder da bancada socialista.
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