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"Problema não é Robles, mas um ataque da Direita para minar debate"

Apesar de Catarina Martins reconhecer que a venda do imóvel de Robles não se coadunava com a política do Bloco, a líder partidária considera que a "difamação de Ricardo Robles cria uma cortina de fumo de casos que impede a discussão do que está em causa sobre o turismo, habitação", etc.

"Problema não é Robles, mas um ataque da Direita para minar debate"
Notícias ao Minuto

23:02 - 31/07/18 por Filipa Matias Pereira

Política Catarina Martins

Esta terça-feira, num espaço de entrevista na antena da RTP3, Catarina Martins analisou, entre outros temas igualmente preponderantes, a saída de Ricardo Robles da vereação da Câmara de Lisboa. O bloquista renunciou ao mandato depois de assumir que se tornou num “problema político real”.

Face às circunstâncias, a líder bloquista assume que é imperioso “compreender o que aconteceu”. E, acrescentou Catarina Martins, “houve um erro numa decisão familiar [decisão da venda do imóvel da família Robles] que é contrária aquilo que o Bloco defende e foi travada. Ricardo travou-a antes de ser notícia, mas a intenção existiu e contraria aquilo que o Bloco propõe”.

Na análise do tema, a bloquista assumiu que “houve um erro de análise por parte da direção política do Bloco de Esquerda”.

O partido reconheceu “que tinha havido um erro naquela intenção e considerou que o Ricardo se tinha comportado de forma irrepreensível com os inquilinos, não usufruindo do seu cargo para a vida particular e, além disso, tinha travado o negócio”.

Ora, acrescentou, “estávamos perante um vereador que tem tido um mandato consensualmente considerado muito bom na Câmara de Lisboa. Por isso, achamos que reconhecer o erro e prestar esclarecimentos sobre o assunto era a condição para que Ricardo Robles se mantivesse no cargo. Isso foi um erro de análise e cabe a mim assumi-lo. A contradição era grande e criava um entrave quotidiano na autarquia. O Ricardo compreendeu isso e fez aquilo que sempre fez: pôr a sua luta acima de tudo”.

A líder bloquista aproveitou ainda a oportunidade para mandar farpas à Direita, recusando “discursos moralistas, sobretudo quando a superioridade moral surge sobre a forma de ataque da Direita ao Bloco quando não quer discutir que está em causa”.

Apesar de reconhecer que “seria errado uma venda para uma exploração de luxo ou de nicho que contribui para a gentrificação da cidade que o Bloco combate”, Catarina Martins mostrou-se indignada com a série de “notícias falsas que factualmente não correspondem à verdade”.

No seu entendimento, “temos tido uma Direita que, não tendo programa político, vive de criar casos. O problema não é Ricardo Robles, nem o Bloco, mas um ataque que essa Direita faz, minando o debate sobre as alterações que protejam o direito à habitação. Com a difamação de Ricardo Robles cria-se uma cortina de fumo de casos que impede a discussão do que está em causa sobre o turismo, a habitação, etc. Essa é uma discussão muito importante neste momento”.

O que está aprovado é para cumprir

Orçamento do Estado

Esta terça-feira, Marcelo Rebelo de Sousa recebeu os partidos políticos para ouvir as suas posições relativamente ao Orçamento do Estado. Relativamente a esta temática, Catarina Martins defende que o Bloco olha “para as negociações do Orçamento do Estado da mesma forma: Nada está acabado antes de a discussão estar acabada. Debatemos cada tema”.

Para lá disso, reiterou, "o Bloco não aceita que se queira pôr neste debate recuos ou alterações de decisões que já foram tomadas, como é o caso dos professores. O que está aprovado é para cumprir”.

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