"PSD cometeria um erro se fosse percecionado como muleta do PS”
Luís Montenegro quer ajudar o PSD a vencer as terceiras eleições legislativas consecutivas, mas não advoga uma mudança de líder do partido que foi legitimado pela escolha democrática dos militantes.
© Global Imagens
Política Luís Montenegro
Luís Montenegro, ex-líder parlamentar social-democrata, em entrevista à antena da SIC Notícias, começou por analisar os resultados das últimas sondagens onde é equacionada a maioria absoluta do Partido Socialista. Já para o PSD, perspetivam-se apenas 27% dos votos, um rácio bem abaixo dos valores granjeados por Santana Lopes e Manuela Ferreira Leite.
Na opinião do político, “aquilo que estará por trás destes indicadores deve ser encarado com preocupação por quem, como eu, quer ver o PSD a voltar a ganhar as legislativas”.
Essa preocupação, aliás, “tem várias nuances que me têm apoquentado, desde logo há uma ideia de derrotismo por parte do PSD que é de todo injustificada, ou deveria ser. Em 2015 foi o PSD que ganhou as eleições, é o partido que tem mais deputados na Assembleia da República e mesmo em 2014, nas eleições europeias, o resultado não foi catastrófico”.
No entendimento do ex-líder parlamentar do PSD, o partido “deve contrariar esta ideia e lembrar ao país o que foi a sua governação, mas não deixar escapar aquilo que tem andado arredado da maioria das pessoas: que o PSD enfrentou um período dificílimo de governação, mas ultrapassou-o com sucesso e o país saiu da recessão. Não só fizemos bem, como vamos conseguir fazer mais e melhor”, ressalvou.
Já relativamente aos acordos celebrados entre António Costa e Rui Rio, Luís Montenegro vê com bons olhos a convergência “em busca de soluções e reformas políticas que possam ser duradouras independentemente da força liderante”. Se, reforçou, “os maiores partidos estiverem de acordo sobre aspetos fundamentais e estruturantes da estratégia de desenvolvimento do país e a possam projetar, independentemente dos resultados eleitorais, isso é positivo para o país”.
Luís Montenegro, questionado diretamente sobre o tema, afirma que não é candidato à liderança do Partido Social-Democrata, defendendo que não considera que “deva haver uma mudança de líder do PSD”. Porém, o ex-líder parlamentar social-democrata advoga uma “mudança da estratégia que tem sido seguida e do comportamento porque tenho observado em muitos momentos que o partido não tem conseguido dar uma ideia de unidade para fora que possa ser suficientemente mobilizadora, forte para gerar a confiança dos eleitores”. Aliás, para Montenegro, “faz falta ao país uma diferença entre o PSD e o PS”.
Neste momento, o político está “concentrado em contribuir para que o PSD possa olhar para a solução política atual e, com o líder que tem e que escolheu, mudar a estratégia, de forma a que as pessoas possam apreender aquilo que são os marcos principais do nosso programa político e sobretudo nos pontos em que se diferencia do PS”.
Montenegro defendeu ainda que o primeiro-ministro tem sido deixado "à solta" e que o PSD “cometeria um erro enorme se fosse percecionado como uma muleta do PS”.
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