Pedro Filipe Soares disse, esta quarta-feira, que o Bloco de Esquerda não vai desistir de lutar até alcançar os objetivos que o partido considera “essenciais” para as pessoas e recusa que tenha existido algum problema de articulação com o PS nos objetivos não alcançados até agora. 

“Creio que não há aqui nenhum problema de articulação, há problema de escolhas políticas e, nessa matéria, há divergências que são conhecidas”, afirmou o bloquista, defenindo as questões que o Bloco vê como prioritárias para o próximo Orçamento do Estado: a redução do IVA na eletricidade, os investimento na área da saúde e na educação e a reforma por inteiro para longas carreiras contributivas

Fazendo um balanço da 3.ª sessão legislativa, o líder parlamentar do Bloco de Esquerda sublinhou a relevância do investimento nos serviços públicos, nomeadamente no da saúde, de modo salvaguardar a qualidade do serviço prestado à população. 

“Muitas das vezes o não investimento implica maior desperdício”, atirou, dando o exemplo de salas de cirurgia encerradas, apesar de estarem disponíveis, por não haver anestesistas para que elas possam funcionar.

“É um bom exemplo que demonstra que se tivéssemos um bocadinho de mais investimento, o retorno seria imenso. E não havendo esse investimento, estamos ou a entregar a privados aquele que seria o serviço do SNS, pagando por isso, ou atrasando a resposta às pessoas e por isso degradando o serviço prestado à população”, fundamentou.

O bloquista declarou ainda que o seu partido tem “toda a disponibilidade para chegar a soluções imaginativas”, nomeadamente no caso da redução do IVA na eletricidade como já está a ser negociado com o Governo. “Não temos uma visão dogmática na forma como podemos chegar às soluções nestas matérias”, fez sobressair.

Quanto às divergências com o PS, Pedro Filipe Soares frisou que o BE “não as esconde nem faz de conta que não existem”. “Desde o início que todo este caminho se trilhou sabendo que existem divergências e sabendo que temos de trabalhar para as ultrapassar”, referiu, completando que “há matérias em que foi possível ultrapassá-las, há outras em que não tem sido possível ainda”.

Em todo o caso, assegurou: “Não desistiremos até ao último dia deste mandato para chegar a esses objetivos que achamos essenciais para as pessoas. É por elas que vale a pena continuar a lutar”.

As primeiras conversações entre o primeiro-ministro e o BE sobre matéria orçamental aconteceram no final de junho e o prazo para a entrega do Orçamento do Estado de 2019 é 15 de outubro.