Bloco diz que atrasos na vinculação de precários são inaceitáveis
A coordenadora do Bloco de Esquerda (BE), Catarina Martins, considerou hoje inaceitável o atraso na vinculação de trabalhadores precários do Estado, frisando que há empresas públicas onde o processo ainda nem começou.
© Reuters
Política Catarina Martins
Em declarações aos jornalistas durante um protesto promovido na povoação da Tocha, Coimbra, por trabalhadores precários do hospital Rovisco Pais, Catarina Martins lembrou que a legislação dizia que o processo de vinculação de precários, nas empresas públicas, deveria estar terminado até 31 de maio "e não terminou" e que há empresas, como a RTP, em que o processo "nem sequer começou".
Nas autarquias, adiantou, "ainda nem metade" iniciaram os processos, subsistindo igualmente atrasos na administração central, de que é exemplo o caso do hospital Rovisco Pais, disse.
A líder bloquista classificou o Rovisco Pais como um dos centros de referência do país na área da reabilitação física e lembrou que de entre os 85 precários que ali prestam serviço, há quem esteja há 15 anos a recibo verde.
"Estamos a falar de trabalhadores que não têm direito a férias, não têm direito a baixa médica, acompanhamento da família, situações de negação, até, do próprio direito à maternidade. São situações muito complicadas que se arrastam há anos com um vínculo que é ilegítimo, porque estas pessoas estão a ocupar um posto de trabalho permanente, portanto têm de estar vinculadas, não podem estar a recibo verde", afirmou a líder do BE.
Catarina Martins lembrou que a lei que foi criada pretende garantir os direitos dos precários e que "ninguém fica para trás" e que no Rovisco Pais 82 trabalhadores "sabem que têm direito a esse vínculo efetivo e continuam à espera".
A coordenadora do BE considerou "urgente" a abertura dos concursos para a vinculação daqueles profissionais de saúde, classificando a situação do Rovisco Pais como "verdadeiramente escandalosa e que precisa de ser resolvida rapidamente".
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