Na reunião camarária pública, a moção foi apresentada pelos vereadores do PS a propósito da deslocação do Centro de Distribuição Postal (CDP) do centro do Porto (zonas 400 e 4050) para as Devesas, em Vila Nova de Gaia.
O vereador do PSD, Álvaro Almeida, e o presidente da Câmara, o independente Rui Moreira, questionaram os considerandos indicados pelo PS na moção, designadamente quanto ao CDP, mas decidiram votar a favor para "alertar o Governo e a Anacom" para a deterioração do serviço prestado pelos CTT porque "efetivamente está pior".
"É verdade que o serviço se deteriorou. E também estou de acordo com a necessidade de uma intervenção atempada da tutela e da entidade reguladora", observou Rui Moreira.
O vereador do PS e presidente da Federação Distrital do PS/Porto, Manuel Pizarro, contestou a 27 de fevereiro o encerramento do CDP das "zonas 4000 e 4050", apontando a necessidade de "pressionar a opinião pública para que também a entidade reguladora, a Anacom, tenha vergonha e faça o seu papel de impedir a destruição do serviço postal universal".
Quanto aos CTT, Manuel Pizarro notou que a entidade privada "tem uma obrigação de serviço público à qual está a tentar escapar", avisou que "o Estado não está desarmado" e referiu a hipótese de, "em última instância, voltar a nacionalizar" a empresa.
"O país todo tem de se unir para dizer basta a esta forma de dirigir empresa que, sendo privada, tem responsabilidades de serviço público cada vez pior asseguradas", frisou o socialista, na ocasião.
"Para já estamos a protestar nos órgãos próprios, mobilizar as autarquias, e tem de se obrigar a Anacom a cumprir a sua função de regulação. Admito que, em última instância, possa estar mesmo em causa a decisão de voltar a nacionalizar os CTT", acrescentou
Pizarro esclareceu que a nacionalização será "a última linha" do processo, mas deixou um aviso: "É preciso que estes senhores que estão a destruir os CTT tenham consciência de que o Estado português não está desarmado perante aquilo que eles estão a fazer".