Marcelo contra quem quer "manter projeto europeu nas torres de marfim"
"Há décadas que ando a pregar no deserto", disse ainda o Presidente da República.
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Marcelo Rebelo de Sousa marcou esta segunda-feira presença na sessão de apresentação do livro 'Europa de A a Z: Dicionário de Termos Europeus', no Salão Nobre da Reitoria da Universidade de Lisboa.
O lançamento de uma obra que se debruça sobre o projeto europeu serviu de mote para o Presidente da República tecer algumas considerações sobre governantes que não compreendem a importância, para o projeto europeu, de ser entendido pelos eleitores europeus.
No seu discurso, Marcelo reservou ainda um elogio à iniciativa e à “inteligência com que entenderam que não se pode gostar daquilo que não se conhece, e menos ainda ser militante de uma causa que nos é estranha”.
"Há décadas que ando a pregar no deserto chamando a atenção dos responsáveis nacionais e europeus para o descaso com que trataram e tratam as opiniões públicas, que o mesmo é dizer: os europeus", destacou o chefe de Estado.
“Manter o projeto europeu encerrado nas torres de marfim, dos eleitos, dos guardiões do confidencialismo reservado a privilegiados, não é promover a Europa, é esvaziá-lo aos poucos como causa mobilizadora. É abrir espaço ilimitado para alguns demagogos, para muitos populistas, para demasiados xenófobos e, sobretudo, muito mais grave, é distanciar governantes do povo, a origem do pdoer democrático. E a culpa não é desse povo, é de quem gosta de pedir o seu voto, de tantos em tantos anos, mas dele se esquecem na voragem do dia a dia”, afirmou ainda Marcelo.
A fechar o seu discurso, Marcelo reservou ainda um elogio ao livro que agora é lançado, um que foi feito com recurso a algum humor.
“Esta obra pretende precisamente lugar contra a maré da indiferença, do alheamento e do silêncio, e encontrou uma editora que gosta dessa tarefa cívica – que foi aliás a minha editora há 20 anos… não se nota nela mas nota-se em mim”, brincou, recolhendo gargalhadas entre o público presente.
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