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Ex-líder do PS/Madeira absolvido de crimes contra Jardim

O ex-líder do PS/Madeira João Carlos Gouveia foi hoje absolvido de dois crimes de difamação agravada ao presidente do Governo Regional, Alberto João Jardim, pelos quais foi julgado no Tribunal Judicial do Funchal.

Ex-líder do PS/Madeira absolvido de crimes contra Jardim
Notícias ao Minuto

17:06 - 11/07/13 por Lusa

País Difamação

Na leitura do acórdão, a juíza Joana Dias considerou que “não resultaram provados os factos da acusação” relativamente à intenção de João Carlos Gouveia de, com as suas declarações, “ofender a honra e o bom nome” de Alberto João Jardim.

A magistrada sublinhou que as afirmações do ex-líder socialista madeirense foram proferidas “no âmbito do debate político muito aceso”.

O tribunal absolveu também João Carlos Gouveia do pagamento de uma indemnização cível no total de quatro mil euros.

O ex-presidente do PS/Madeira foi acusado e respondeu neste processo-crime por declarações em entrevistas publicadas pelo semanário Expresso, a 04 de agosto de 2007, e o Diário de Notícias da Madeira, a 26 de agosto desse ano.

Na primeira, João Carlos Gouveia, que então era deputado na Assembleia Legislativa da Madeira, acusou Alberto João Jardim de “ter como objetivo final a independência do arquipélago, ao ressuscitar a Flama, organização terrorista que atuou na região entre 1974 e 1978, recorrendo ao uso de bombas”.

Nessa mesma entrevista, arguido acrescentou: “Como é que é feito [hoje] o terrorismo na Madeira? Corrompendo deliberadamente um grupo social. Todas as elites estão dependentes deste regime. O doutor Alberto João Jardim tem de ter recursos financeiros para fomentar a corrupção, para fomentar o bem-estar de uma elite que tem à sua mão”.

Ao DN do Funchal, João Carlos Gouveia declarou: “Há alguns meses que o doutor Alberto João Jardim não governa. Como dizem os jovens, há bué de tempo que ele não governa, passeia-se e passeia os seus. […] Se ele foi a eleições, era para trabalhar logo a seguir, mas foi de cruzeiro”.

O advogado de Alberto João Jardim, Bernardo Tranquada Gomes, admitiu aos jornalistas “alguma surpresa” com a decisão do tribunal, acrescentando que o acórdão será agora analisado para “ver se existe viabilidade de apresentar um recurso”.

Por seu turno, o defensor de João Carlos Gouveia, Cabral Fernandes, disse não ter “ficado surpreendido porque tem uma grande confiança nos tribunais”.

“Esta situação tem a ver a jurisprudência do Tribunal Europeu dos Direitos do Homem e tem muito a ver com a consonância dos tribunais superiores e também na Madeira tem a ver com a questão da liberdade de pensamento e expressão em matéria política, que é um valor fundamental em qualquer sociedade livre e democrática”, argumentou o advogado.

Também João Carlos Gouveia declarou estar “muito satisfeito” com a decisão, acrescentando: “Penso que as novas gerações hão de rir-se do que está a acontecer, mas este caminho é feito com muito trabalho e muita luta e algum prejuízo pessoal. Todos os percursos em defesa de liberdade e democracia têm custos pessoais”.

Realçando que este tipo de situações são “a bem do futuro, liberdade de expressão e pensamento”, o ex-líder do PS/Madeira opinou que o presidente do Governo Regional tenta “instrumentalizar os tribunais”, mas estas decisões fazem “nova jurisprudência”, pelo as “queixas políticas apresentadas por Alberto João Jardim serão remetidas para o lixo”, instando as pessoas a “não terem medo das palavras”.

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