Advogado de um dos seguranças do Urban: "O meu cliente teve um dia mau"
Dois dos três seguranças detidos ficam em prisão preventiva. O terceiro sai em liberdade mas está impedido de contactar os outros arguidos e de exercer a atividade.
© Global Imagens
País Joaquim Oliveira
Já são conhecidas as medidas de coação aplicadas aos três seguranças do Urban Beach que foram detidos na sequência das violentas agressões que ocorrem à porta da discoteca lisboeta esta semana.
Dois dos seguranças foram constituídos arguidos pelo crime de homicídio na forma tentada. O terceiro saiu em liberdade. Está acusado de ofensas à integridade física e impedido de contactar os outros arguidos e de exercer atividade como segurança.
Joaquim Oliveira, advogado de um dos arguidos que ficou em preventiva, falou aos jornalistas que se encontravam no Campus da Justiça. Tentando aligeirar o caso, afirmou que as vítimas estavam "quase em coma alcoólico" e que o seu cliente teve "um dia mau".
Para o causídico, a prisão preventiva é excessiva e foi aplicada "para dar uma satisfação aos media e ao poder instituído o meu cliente ficou efetivamente em prisão preventiva".
O advogado defendeu que a comunicação social "normalmente vai ao final, não vai ao princípio". E que, "no princípio" deste caso, os agredidos estavam "quase em coma alcoólico".
"Como devem perceber, alguém que está quase em coma alcoólico tem atitudes intempestivas e arrogantes que determinam reações", afirmou.
Questionado sobre a violência das agressões, o advogado afirmou: "Todos nós temos um dia mau na nossa vida. Foi um dia mau para o meu cliente, um dia mau na vida dele, apenas isso. Não estou justificando nada. Agora… as coisas começam por algum motivo".
Questionado sobre a violência visível nas imagens, Joaquim Oliveira desvaloriza as imagens. Afirmou que “o que está escrito nos laudos médicos não tem nada a ver com as imagens” que foram reveladas e acrescentou ainda que “as imagens produziram um efeito que não corresponde à materialidade do dano das vítimas”.
O advogado disse ainda que “não há danos em tecidos” nem “em ossos”, antes de deixar a questão: “Como é que é possível saltar na cabeça de alguém e não lhe provocar uma lesão?”
Uma das jornalistas presentes insistiu: “Mas aquele salto aconteceu”, ao que o advogado respondeu que foi “no ombro, não foi na cabeça”.
O “salto” em causa, saliente-se, diz respeito a um momento do vídeo em que se vê um dos agressores a saltar e aterrar de pés juntos sobre a vítima, já no chão.
Ainda sobre o “dia mau” do seu cliente, Joaquim Oliveira realçou que no seu passado também já se “passou”. “Felizmente as coisas não descambaram”.
Descarregue a nossa App gratuita.
Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.
* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com