Capazes revela mais acórdãos do juiz sobre adultério. "É reincidente"
Depois da decisão tornada pública em relação ao adultério de uma mulher, a associação Capazes revelou mais um acórdão (também polémico) do mesmo juiz.
© iStock
País Associação
O acórdão do Tribunal da Relação do Porto, proferido no dia 11 de outubro, onde o adultério é utilizado como uma justificação para a violência doméstica entre marido e mulher tem levantado várias críticas, estando a organização Capazes na linha da frente da contestação.
Agora, no seu site oficial, as Capazes revelam que o juiz “Neto de Moura é ‘reincidente’ no argumentário machista para ‘fundamentar’ decisões judiciais”.
Nesta senda é publicado um texto da decisão de um coletivo de juízes onde se pode ler que “há motivos bem fortes para questionar a fiabilidade das declarações da denunciante e se não a movem interesses egoístas e mesquinhos”.
“Já agora, uma vez que a suposta religiosidade do arguido foi chamada a terreiro para o descredibilizar, permita-se-nos esta referência bíblica: ‘Assim é o caminho de uma mulher adúltera: ela comeu e esfregou a boca, e disse: ‘‘Não cometi nenhum agravo’’”, pode ler-se no texto publicado pela associação Capazes.
“E, ainda, esta do sábio rei Salomão: ‘Quem comete adultério . . . é falto de boa motivação’”, acrescenta ainda o acórdão.
Nessa decisão, é ainda escrito que “uma mulher que comete adultério é uma pessoa falsa, hipócrita, desonesta, desleal, fútil, imoral. Enfim, carece de probidade moral. Não surpreende que recorra ao embuste, à farsa, à mentira para esconder a sua deslealdade e isso pode passar pela imputação ao marido ou ao companheiro de maus tratos”, realça o mesmo texto.
A publicação deste novo acórdão do juiz Neto de Moura leva as Capazes a “acrescentar este acórdão à fundamentação das já anunciadas queixas ao Conselho Superior de Magistratura e à Comissão para a Cidadania e a Igualdade de Género”.
Descarregue a nossa App gratuita.
Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.
* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com