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Pereira Gomes manifesta-se indisponível para chefiar 'secretas'

Na origem desta decisão está, segundo o próprio, as "reservas suscitadas" devido à forma como dirigiu a 'Missão de Observação Portuguesa ao Processo de Consulta da ONU em Timor Leste (MOPTL)' em 1999.

Pereira Gomes manifesta-se indisponível para chefiar 'secretas'
Notícias ao Minuto

17:00 - 07/06/17 por Ana Lemos

País SIRP

Numa nota enviada às redações pelo gabinete do primeiro-ministro e "por solicitação do embaixador José Júlio Pereira Gomes", pode ler-se que aceitou o convite do chefe do Governo para assumir o cargo de secretário-geral do SIRP "por considerar que tinha a obrigação de responder positivamente ao desafio de uma nova missão de serviço público".

Porém, "foram, entretanto, suscitadas reservas à minha indigitação, em razão da forma como dirigi a 'Missão de Observação Portuguesa ao Processo de Consulta da ONU em Timor Leste (MOPTL)' de 30.8.1999. Em particular, o processo de retirada dos observadores portugueses".

Por esse motivo, e porque importa "salvaguardar a dignidade do cargo de secretário-geral do Sistema de Informações da República Portuguesa (SIRP) de toda e qualquer polémica", que justifica "naturalmente se repercutiria negativamente no exercício das suas funções", Pereira Gomes decidiu comunicar ao primeiro-ministro a sua "indisponibilidade para aceitar o cargo" para o qual havia sido convidado e aproveita para agradecer a António Costa "a confiança" em si depositada.

Na mesma nota, e face às reservas sobre a missão que dirigiu, o embaixador explica que lhe cabia a função de "observar todas as fases operacionais do processo de consulta, desde o planeamento operacional até à votação, inicialmente fixada para 8 de agosto" e que "não dispunha de qualquer capacidade de defesa própria e muito menos de defesa dos timorenses". 

E "quando a consulta se conclui, a 4 de setembro de 1999, data da publicação dos resultados, recebi elogios dos mais altos responsáveis políticos do país pela forma como a Missão tinha sido realizada". Acontece que, acrescenta, "o processo de retirada dos observadores portugueses vem a decorrer num contexto de violência generalizada, iniciada a 4.9.1999, data em que a sede da Missão é atacada e somos obrigados a buscar refúgio na UNAMET".

"Assumi então a responsabilidade, que também fazia parte do meu mandato, de tudo fazer para trazer de volta, com vida, todos os observadores, cumprindo, de resto, aquilo que foi antecipadamente planeado com o MNE", afirma Pereira Gomes, garantindo que, por isso, manteve "o plano normal de partidas" e fez "sair a maioria dos observadores no dia 5.9.1999, incluindo os cinco representantes partidários que integravam a Missão".

"Depois da UNAMET ter decidido, a 8 de setembro, 'uma evacuação geral', por considerar que o nível de risco para as nossas vidas tinha ultrapassado o limite do aceitável, recomendei ao Governo a evacuação dos últimos observadores, que se realiza a 10 de setembro. Nesse contexto recebi do Governo ordem para sair, que assim cumpria a obrigação que assumira com todos os observadores quando partimos para Timor-Leste. Tudo fazer para nos evacuar em caso de crise de segurança que colocasse em risco as nossas vidas", recorda.

A fechar a nota, José Júlio Pereira Gomes vinca que cumpriu a sua missão pelo que, remata: "Estou de consciência tranquila".

[Notícia atualizada às 17h31]

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