Segundo a mesma fonte, a cerimónia de cremação realiza-se na quinta-feira, pelas 17:00, no cemitério do Alto de S. João, também em Lisboa.
Baptista-Bastos foi 'um brilhante polemista, um homem de esquerda, acentuadamente, de esquerda sempre, se teve filiação partidária foi algo muito longínquo, era um combatente', salientou Lusa o jornalista e escritor Mário Zambujal, que foi seu amigo durante mais de 50 anos.
'O 25 de Abril de 1974, tenho a certeza, foi a maior alegria da vida do Baptista-Bastos', afirmou.
Baptista-Bastos, entre outros meios de comunicação social, trabalhou nos jornais República, O Século, Diário Popular, onde, na década de 1960, manteve a rubrica semanal 'Letra de Repórter'.
Foi ainda fundador do semanário O Ponto, no qual 'realizou uma série de 80 entrevistas que assinalaram uma renovação naquele género jornalístico e marcaram a época', segundo a biografia disponível na página do Jornal de Negócios, onde o texto mais recente que assinou data de 03 de março.
Baptista-Bastos trabalhou também na Rádio e Televisão Portuguesa e na SIC, no Rádio Clube Português, na Rádio Comercial e na RDP-Antena 1.
Jornalista desde os 19 anos, quando começou n'O Século, Baptista-Bastos estreou-se editorialmente com o ensaio 'O Cinema na Polémica do Tempo' (1959), a que se seguiu outro ensaio, 'O Filme e o Realismo' (1962).
Data de 1963 a sua estreia na ficção com 'O Secreto Adeus'.
Baptista-Bastos é autor de mais de duas dezenas de livros. Entre os mais recentes cite-se 'A Bolsa da Avó Palhaça', o livro de crónicas 'A Cara da Gente' e 'As Bicicletas em Setembro'.
Baptista-Bastos publicou mais de uma dezena de títulos de ficção, entre os quais 'Cão Velho entre Flores' (1974), 'A Colina de Cristal' (1987), 'O Cavalo a Tinta-da-China' (1995) e 'No Interior da Tua Ausência' (2002).
Ao longo da carreira, o autor conquistou vários prémios, designadamente, o Prémio Literário Município de Lisboa, em 1987, pelo romance 'A Colina de Cristal', que lhe valeu também o Prémio P.E.N. Clube Português de Ficção, no ano seguinte.
Em 2002, recebeu o Prémio da Crítica do Centro Português da Associação Internacional de Críticos Literários, pela obra 'No Interior da Tua Ausência'. Em 2003, venceu o Grande Prémio de Crónica da Associação Portuguesa de Escritores pelo livro 'Lisboa Contada pelos Dedos'.
Em 2006, recebeu os prémios de Crónica da Sociedade da Língua Portuguesa, João Carreira Bom e do Clube Literário do Porto.