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Três foragidos, dois detidos, um libertado. O complicado enredo de Caxias

Está a gerar cada vez mais controvérsia o caso de Caxias. Depois de uma fuga bem-sucedida, tenta agora explicar-se a conturbada detenção em Espanha.

Três foragidos, dois detidos, um libertado. O complicado enredo de Caxias
Notícias ao Minuto

08:45 - 21/02/17 por Carolina Rico

País Fuga

Três reclusos - dois chilenos e um português - fugiram na madrugada de domingo do Estabelecimento Prisional de Caxias, concelho de Oeiras. A caça ao homem ultrapassou fronteiras e deu frutos em Espanha, mas a história viria aqui dar uma reviravolta.

Apesar de a polícia espanhola ter feito duas detenções, um dos evadidos acabou por ser libertado. Tudo por culpa de um atraso no envio e receção em Espanha do mandado de detenção europeu.

Quantos foragidos foram apanhados até ao momento?

Os dois reclusos chilenos foram detidos no domingo no aeroporto de Madrid, com passaportes falsos, mas um deles foi libertado pelas autoridades espanholas.

Fonte ligada ao processo explicou à Lusa que um atraso no envio e receção em Espanha do mandado de detenção europeu permitiu que um dos evadidos fosse libertado.

O outro detido só não foi também libertado pelas autoridades espanholas porque, depois de identificado, as autoridades verificaram que era procurado em Espanha por crimes cometidos neste país.

Apesar de estar na posse de passaporte falso, o chileno que não tinha mandado de detenção em Espanha foi libertado também em parte por falta de espaço no centro de detenção local.

O que dizem as autoridades portuguesas sobre o caso?

Os ministérios da Administração Interna e da Justiça garantem que, "mal foi conhecida a fuga, as forças e serviços de segurança iniciaram ações e operações com vista à recaptura dos evadidos".

"Assim que foi identificada a fuga dos três reclusos, as autoridades portuguesas trocaram a informação necessária não só entre si, mas também no âmbito dos mecanismos de cooperação policial internacional, tendo ainda sido desenvolvidas ações, que continuam em curso, no âmbito da cooperação judicial internacional", refere um comunicado dos dois ministérios.

Entretanto, o PSD requereu na segunda-feira uma audição parlamentar urgente da ministra da Justiça, Francisca Van Dunem, para avaliar o que esteve na origem da fuga.

Como conseguiram estes reclusos fugir de Caxias?

Os dois chilenos com 29 e 30 anos, e o português também com 30 anos, encontravam-se presos na mesma cela, a aguardar julgamento por crimes de furto e roubo em processos criminais distintos.

Os três reclusos fugiram a meio da noite a partir da janela da cela, serrando as barras. Um quarto recluso estaria na mesma cela, mas alega que não se apercebeu da fuga porque estava a dormir sob efeito de soporíferos.

O estabelecimento prisional de Caxias é classificado como de segurança alta e está vocacionado essencialmente para reclusos preventivos.

Segundo a Associação Sindical de Chefias do Corpo da Guarda Prisional esta evasão é fruto da "dramática falta de guardas prisionais".

"Pelas contas da associação faltam pelo menos 1.200 guardas nas cadeias portuguesas, um alerta que temos vindo a fazer há cerca de oito anos", disse o presidente da associação, Mateus Dias, à agência Lusa.

A desativação de algumas torres de vigia em várias cadeias e o não cumprimento de rondas por falta de efetivos é um dos exemplos na quebra de segurança dados por Mateus Dias.

Já a Direção-Geral dos Serviços Prisionais assegura que, em Caxias, as torres que ficam próximo do local da fuga se encontravam ativas.

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