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Médicos dão cartões de desconto para medicamentos

Há laboratórios que estão a dar aos médicos vales de desconto para medicamentos para que estes profissionais os entreguem aos doentes, que assim conseguem comprar os remédios por valores mais acessíveis, sem alterar o preço de venda, avança o Público.

Médicos dão cartões de desconto para medicamentos
Notícias ao Minuto

12:41 - 10/05/13 por Notícias Ao Minuto

País Laboratório

Os laboratórios descobriram uma forma de continuar a vender os seus medicamentos, mais caros e de prescrição médica, sem mexer nos valores de venda ao público, o que se reflectiria nos preços a nível internacional. A estratégia é recente e passa por pôr os médicos a darem cartões de desconto aos seus doentes.

O jornal Público dá o exemplo da empresa que comercializa uma das vacinas contra o papilomavírus humano e que "oferece 25 euros de desconto na farmácia a quem apresentar cartão (entregue pelo médico de família) juntamente com a receita”. Esta iniciativa em particular foi criticada esta semana por uma médica, no fórum do Facebook da Associação Nacional das Unidades de Saúde Familiares.

"Na minha opinião, as USF [Unidades de Saúde Familiar] não são hipermercados onde se distribuem cartões de desconto", defende a médica, acrescentando que há "utentes a recorrer à unidade para pedir o cartão de desconto... Disseram-lhes na farmácia para ir ter com o médico de família que este lhe daria o cartão dos 25 euros", apontou a profissional de saúde.

Outro médico, também não identificado, diz que acontece o mesmo com um antidepressivo de um outro laboratório. "Os psiquiatras também têm cartões para dar aos doentes crónicos que lhes conferem desconto na farmácia", sublinha o profissional.

Contactados pelo Público, ambos os laboratórios confirmaram as campanhas que resultam em preços mais baixos para o utente. As empresas recorrem aos vales porque as multinacionais não têm autonomia para baixar os preços de venda ao público em Portugal. No entanto, se o pudessem fazer, as multinacionais estariam apenas a estimular a economia paralela em países onde estes medicamentos são mais caros.

Questionado sobre o assunto, o bastonário da Ordem dos Médicos, José Manuel Silva admite que desconhecia a situação, mas afirma que esta deveria ser avaliada pelo Conselho de Ética e Deontologia da instituição.

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