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Comandos: Cinco candidatos sofriam de doenças graves

O porta-voz do Exército confirmou ao Notícias ao Minuto a existência de cinco casos de militares que ingressaram no curso de Comandos e a quem foram detetadas doenças graves.

Comandos: Cinco candidatos sofriam de doenças graves
Notícias ao Minuto

14:00 - 28/11/16 por Patrícia Martins Carvalho

País Oficial

O 127.º curso de Comandos terminou na última sexta-feira com apenas 23 finalistas, depois de terem concorrido 67 militares.

Entre os que não lograram terminar o curso contam-se 16 com problemas de saúde, cinco dos quais com patologias graves, conforme avançou, na manhã desta segunda-feira, a Rádio Renascença. Segundo a mesma fonte, entre as doenças em causa estão patologias cardíacas, síndrome de Gilbert, um tumor ósseo na bacia, hérnias discais e dismetria dos membros inferiores.

Contactado pelo Notícias ao Minuto, o porta-voz do Exército confirmou a existência destas situações, garantindo que as mesmas “estão a ser averiguadas”.

“Estas cinco situações estão a ser analisadas pela Saúde Operacional do Exército”, adiantou o tenente-coronel Vicente Pereira, destacando que os instruendos estão a ser “sujeitos a análises e a tratamentos médicos para se tentar identificar exatamente o que têm, quando é que começou e o que é que se pode fazer para a sua recuperação”.

Frisando que os militares são sujeitos a provas médicas quando tentam ingressar no Exército e, posteriormente, quando tentam ingressar em cursos para as Tropas Especiais (Comandos, Operações Especiais e Paraquedistas), o tenente-coronel refere que se está a “tentar perceber como é que essas sintomatologias se manifestaram agora e não foram detetadas nas provas”.

Mas o porta-voz do Exército ressalva que há casos de doenças que “só se manifestam quando o militar é sujeito a um esforço intenso e contínuo que é superior ao sentido nas provas de esforço que são realizadas no hospital em condições diferentes”.

Outro fator que pode justificar a tardia deteção de doenças mais graves prende-se com a omissão das mesmas por parte dos próprios militares.

“Infelizmente, o Exército tem vindo a detetar cada vez mais casos” de militares que escondem determinadas patologias com medo de serem excluídos.

“E é isso que estamos também a analisar e a identificar metodologias que nos permitam detetar este tipo de casos mesmo que o militar não os revele. Mas não é fácil”, afirma o responsável.

O tenente-coronel lembrou que está em curso, desde a morte dos candidatos a Comandos em setembro passado, uma inspeção técnica extraordinária que incide sobre duas áreas fundamentais: os “referenciais do curso – aquilo que tem de se ensinar durante o curso e que é preciso que os comandos saibam – e as provas de classificação e seleção – provas a que os militares que concorrem a estes cursos estão sujeitos”.

A data para a conclusão desta inspeção ainda não está definida, contudo, é esperado que a mesma termine até ao final deste ano.

Provas que os candidatos a cursos das Tropas Especiais são sujeitos:

Segundo o Exército, todos os militares que queiram ingressar nos cursos de Comandos, Operações Especiais e Paraquedistas são sujeitos a exames de biometria (pressão arterial, peso, altura), a análises sanguíneas (hemograma com plaquetas, VS, glicemia, ureia, colesterol (total, HDL e LDL), triglicerídeos, ácido úrico, transminados, Gama GT e ionograma), a eletrocardiogramas realizados em repouso e após o esforço, a uma prova de esforço, a uma radiografia ao tórax, a uma avaliação músculo-esquelética (caso seja necessário), a uma avaliação de medicina desportiva, a uma avaliação oftalmológica, otorrino e dentista, a uma inspeção médica e ainda a uma junta médica.

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