Ex-presidente da UGT diz que o País não aguenta mais austeridade
O ex-presidente da UGT João de Deus, que fez equipa com João Proença (na foto), afirmou esta quarta-feira que "o País não aguenta mais austeridade" ou "cortes nas pensões e nos salários" e defendeu que o Governo tem de se focar na criação de políticas de emprego.
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País João de Deus
As posições do presidente da mesa do congresso da UGT, membro da tendência social-democrata da organização, foram assumidas durante um encontro entre os Trabalhadores Sociais-Democratas (TSD) e o primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho.
O sindicalista começou a sua intervenção com humor, afirmando já poder "falar um pouco mais à vontade, despido das vestes de presidente da UGT", e deixou rasgados elogios ao discurso do Presidente da República na cerimónia de comemoração do 25 de Abril, no Parlamento.
"Acho que foi um excelente discurso, pacificou a sociedade portuguesa, retirou esta espiral do 'bruá' à volta das novas eleições, tudo o que vinha em crescendo ficou pacificado", considerou João de Deus.
Em relação ao congresso do PS, o antigo presidente da UGT foi crítico, acusando os socialistas de enviarem "uma mensagem de branqueamento" quando assinaram o acordo com a troika e "levaram o país a um estado de ruína e de necessidade".
O actual presidente da mesa do congresso da UGT deixou ainda um apelo a Passos Coelho, advertindo que "o país não aguenta mais austeridade, cortes nas reformas, nas pensões, nos salários, mais desemprego, mais fome e mais miséria".
"Eu sei que ainda falta um ano e meio [para a conclusão do memorando], que ainda não terminaram provavelmente os sacrifícios e vêm ainda mais medidas, mas o que se pede é que sejam acompanhadas por medidas de crescimento e emprego em concertação, que tenham em conta aqueles que mais ganham, que vão ao capital e às empresas", declarou.
O sindicalista pediu "medidas equitativamente distribuídas e que não recaiam só com mais impostos em cima dos trabalhadores" e recebeu aplausos da audiência.
Neste contexto, João de Deus apelou ao Governo para um "novo acordo de concertação só sobre políticas de emprego, de crescimento e competitividade".
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