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"Nem sequer os quero ver", diz Rúben sobre gémeos iraquianos

Em entrevista exclusiva à SIC, o jovem que foi brutalmente agredido em Ponte de Sor diz que a “memória já não é a mesma”.

"Nem sequer os quero ver", diz Rúben sobre gémeos iraquianos
Notícias ao Minuto

20:04 - 22/09/16 por Patrícia Martins Carvalho

País Entrevista

Rúben Cavaco diz que não tem medo de nada, mas admite que é “complicado” sair à rua “assim”, como está neste momento.

Trinta e seis dias depois das brutais agressões que o deixaram entre a vida e a morte, o jovem garante que a memória “já não é a mesma”.

Quando questionado pelo jornalista da SIC sobre se se lembra da madrugada em que foi agredido, Rúben hesita, olha para a mãe e para o advogado e depois responde: “não, não me lembro”.

O jovem de 15 anos, que esteve em coma induzido durante mais de uma semana, diz que se lembra de estar no bar com os amigos e de ver os agressores a entrar.

“Nunca os tinha visto em Ponte de Sor. Lembro-me deles, mas mais nada”, acrescentou, garantindo que, ao contrário da versão contada pelos filhos do embaixador iraquiano, não foram os seus amigos que começaram a confusão naquela noite.

Vilma Pires, a mãe de Rúben, garante que o filho “tem muitos lapsos de memória” e defende que o jovem deve ser indemnizado.

“É lógico que o Rúben vai ter de ser indemnizado. Não sou eu que vou pagar do meu bolso as despesas hospitalares e o tratamento que ele tem de fazer à boca. Quem vai ter de pagar é quem o agrediu e não eu”, garantiu a mãe do jovem em entrevista à SIC.

O adolescente garante que não tem “nada” para dizer aos filhos do embaixador iraquiano e assegura: “Nem sequer os quero ver”.

A mãe, por seu turno, admite que “nunca” acreditou que o filho sobrevivesse e garante que aquela noite transformou por completo o jovem.

“Exteriormente está bom, mas o interior está muito mau. Quem o conhece sabe que ele não é o mesmo miúdo. Ele tinha um olhar muito alegre, era muito brincalhão. Agora vejo um Rúben com um olhar triste”, lamenta a progenitora.

Se Rúben garante que não tem nada para dizer aos dois agressores, já Vilma Pires assegura que não acreditou no pedido de desculpas feito pelos filhos do embaixador iraquiano.

“Como é que vou desculpar alguém que colocou o meu filho às portas da morte? É impossível. Não consigo. Não vi sinceridade [no pedido de desculpas]”, afirmou.

Recorde-se que Rúben Cavaco foi brutalmente agredido na madrugada do dia 17 de agosto em Ponte de Sor, no distrito de Portalegre onde os três jovens estudam.

O adolescente português foi transportado para o Hospital de Santa Maria em estado muito grave, com várias fraturas, especialmente na cabeça. Naquela unidade hospitalar permaneceu em coma induzido durante mais de uma semana.

Ao longo desse tempo, os dois agressores, Haider e Ridha Ali, que gozam de imunidade diplomática, admitiram ter agredido Rúben, mas garantiram que foram provocados com comentários depreciativos e racistas.

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