Mais de 500 pessoas recorreram a espaço de apoio à vítima
Mais de meio milhar de pessoas já recorreu ao Espaço Júlia, criado há um ano para apoiar vítimas de violência doméstica na cidade de Lisboa, disse à Lusa o presidente da Junta de Freguesia de Santo António.
© Getty Images
País Lisboa
O Espaço Júlia, que funciona 24 horas por dia, durante todo ano, na Rua Luciano Cordeiro, nasceu de uma parceria entre a Polícia de Segurança Pública (PSP), o Centro Hospitalar de Lisboa Central e a freguesia lisboeta de Santo António.
Fazendo um balanço do primeiro ano de funcionamento do espaço, o presidente da autarquia, Vasco Morgado, disse que, "infelizmente, ultrapassou as expectativas".
"Só em 2016, mais de meio milhar de pessoas passou pelo espaço Júlia", disse Vasco Morgado, lamentando: "Infelizmente, é um espaço que é necessário e, infelizmente, bem-sucedido".
Sobre o perfil das pessoas que recorrem ao serviço, o autarca disse que são de "todos os estratos e géneros. É transversal à sociedade".
"Nós temos queixas desde tenra idade, até idosos. A violência doméstica não é só entre marido e mulher", disse Vasco Morgado, contando que muitas pessoas recorrem ao espaço por iniciativa própria e outras são encaminhadas por associações da área ou por algum familiar ou conhecido.
"Era necessário haver um espaço para que as pessoas se sentissem com a carga menos pesada de uma esquadra e com a confiança suficiente de que a situação se vai resolver da melhor forma possível", frisou.
Apesar do espaço ter sido criado para atender pessoas da área da I Divisão da PSP, têm vindo utentes de outros pontos fora da cidade, como do Porto ou de Sintra.
O espaço é especificamente para esta área da PSP, "mas quem cá vier é atendido", disse Vasco Morgado, defendendo que este serviço devia ser replicado por outras cidades.
Nesse sentido, lançou um apelo ao poder local para que "olhe para este espaço", único no país, e o replique, sublinhando que, "quanto maior for o número de pessoas a lutarem contra o flagelo da violência doméstica, melhor será para todos".
"Tomámos a decisão de criação deste espaço (...) e a prova é que é necessário" para responder a um problema, que "se mostrou enorme" e que "é necessário enfrentar".
"É um tema que é necessário existir e não há que escamoteá-lo, nem escondê-lo, nem falar dele em surdina", acrescentou.
O espaço tem três gabinetes, onde estão técnicos especializados no apoio à vítima, com uma área dedicada às crianças, e agentes da PSP.
"Nós temos a PSP para aferir às queixas e os técnicos de apoio à vítima para, de alguma forma prevenir, a vitimização secundária", explicou o autarca.
O nome do espaço traduz-se numa homenagem a uma idosa, 77 anos, que vivia na Rua Luciano Cordeiro e foi assassinada, em setembro de 2011, pelo marido, com quem era casada há mais de 30 anos.
Segundo o Relatório Anual de Segurança Interna (RASI), mais de 26.700 pessoas foram vítimas de violência doméstica em 2015, menos 498 do que em 2014, com o distrito de Lisboa a liderar, com quase seis mil casos.
Em 2015, foram mortas 29 mulheres e outras 39 foram vítimas de tentativa de homicídio, segundo dados dp Observatório de Mulheres Assassinadas.
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