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"Chipre é um caso que não pode ser repetido"
A fórmula usada pela troika no resgate a Chipre, que passa pela taxação dos depósitos superiores a 100 mil euros, deve ser limitada a este caso particular e não ser aplicada a mais nenhum país, segundo o banqueiro Horta Osório.
© DR
País Horta Osório
"Chipre é um caso que não pode ser repetido", disse à agência Lusa o presidente do Lloyds Banking Group, à margem de um evento em Lisboa organizado pela Câmara de Comércio Luso Britânica.
Na opinião de António Horta Osório, "o resgate de Chipre não foi conseguido da melhor maneira". Ainda assim, "foi emendado a tempo, no sentido de assegurar totalmente a liquidez e o capital dos depósitos abaixo dos 100 mil euros, que é uma condição ‘sine qua non’ [indispensável] na Europa", assinalou.
"A confiança nos depósitos até 100 mil euros é um pilar fundamental da confiança das pessoas nos bancos e, felizmente, no caso de Chipre, também foi salvaguardada, embora um pouco tarde", sublinhou o gestor.
Horta Osório apontou ainda para a limitação nos fluxos de capitais imposta em Chipre, algo que nunca tinha sido feito e que, no seu entender, não é positivo para a credibilização do sistema e das instituições financeiras.
"Tenho pena que a solução de Chipre tenha sido algo tardia, na medida em que obrigou a ter controlos de capitais, o que é um factor sem precedente na Europa e que também não foi uma boa solução", salientou.
O resgate a Chipre será de 10 mil milhões de euros, dos quais 9 mil milhões de euros são provenientes do Mecanismo de Estabilidade Europeu e os outros 1.000 do Fundo Monetário Internacional (FMI).
No entanto, Chipre terá de juntar outros 13 mil milhões de euros (equivalentes a 75% do PIB) através da subida de impostos, corte de despesa, um ambicioso programa de privatizações e a reestruturação bancária.
O essencial desta quantia virá da reestruturação do sector bancário, com uma taxa sobre os depósitos superiores a 100 mil euros nos dois principais bancos do país, o Banco Popular e o Banco de Chipre.
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