Com ou sem creme, o importante é não se deixar levar pela onda

Chegou o verão e com ele chegou também a época balnear. E o que é que não pode faltar numa praia? O olhar atento dos nadadores salvadores e, claro, a famosa bola de berlim.

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Notícias Ao Minuto
10/07/2016 09:30 ‧ 10/07/2016 por Notícias Ao Minuto

País

Verão

Chegou a época genericamente mais apreciada do ano. Verão é sinónimo de calor e de pé na areia. Mas enquanto uns vão para a praia descansar o corpo do ano inteiro de trabalho, muitos há que fazem do areal literalmente o escritório de trabalho.

É o caso de João Guerreiro, de 30 anos, nadador salvador na praia de Quarteira, no Algarve. Depois de ter vestido este ano a pele de emigrante no Luxemburgo, a experiência não durou mais de oito meses. Voltou em março. "Não me habituei ao frio", conta em conversa com o Notícias ao Minuto.

Antes de embarcar para o Luxemburgo, onde trabalhou numa padaria e numa empresa de tosquias e banhos a animais, o algarvio trabalhava na área da segurança num hotel de Vilamoura. E será essa a sua praia, depois do verão. "Felizmente, ainda há trabalho para seguranças durante o resto do ano", nota.

Quanto à pele que veste agora, a de nadador salvador, assegura que gosta do que faz, mas confessa que "o sol cansa muito" e que o facto de estar no areal o verão inteiro faz com que se perca o 'prazer' de ir à praia. Este ano ainda não salvou ninguém - aliás, em Quarteira, conta, ainda ninguém se viu a braços com o mar.

Tomás Paulo tem 18 anos e também veste a camisola amarela em Quarteira. Ao Notícias ao Minuto diz que está a gostar do "primeiro contacto com o mundo do trabalho", apesar de ainda não ter posto à prova a técnica de salvamento. Foi com facilidade que Tomás tirou o curso de nadador salvador, já que pratica natação de competição. No final do verão, começará outra etapa: a universidade. Boa sorte, Tomás.

E será que os nadadores recebem um salário a condizer com a responsabilidade que carregam às costas? João Guerreiro responde que sim. O valor depende de praia para praia, aquela onde está paga "mil euros limpos", descontados já os impostos.

Mas o que salta à vista este ano e o que se comenta, explica João, é a falta que há de nadadores salvadores nas praias de todo o país. Quanto a isso, João tem uma opinião bem sustentada. "Dificultaram muito os cursos a nível de exigência física", atira.

"Muitos vomitam na prova final em que se tem de nadar para lá da exaustão - 50 minutos sem parar". Além disso, frisa ainda, os cursos (que têm de ser validados de três em três anos) encareceram muito. "Há oito anos custavam 65 euros, o ano passado 165 euros e este ano já custam 365 euros", elucida-nos o algarvio.

Sem creme, com creme, com chocolate e até de alfarroba

Já no que toca à vender bolinhas de berlim, não há qualquer lacuna a esse respeito na praia de Quarteira - como suspeitamos que não haja em qualquer praia do Algarve. João Lopes, de 22 anos, conhece bem o terreno que pisa. É vê-lo com um olho nos clientes e outo na concorrência, a traulitar em alto e bom som pela praia [num ritmo que o leitor já está a imaginar]: "Boooolinhas. Olha a bola de Quarteira. Quentinhaass" ou então "Olha a bola acabadinha de chegar", quando o cesto que carrega no braço direito se volta a encher na zona do calçadão da cidade, por onde passa vezes sem conta por dia uma carrinha da empresa.

A massa das bolas, explica João, é feita de manhã cedo e "à medida que se vai vendendo, vai-se fritando", para que haja sempre bolas quentinhas. João integra uma equipa de "sete ou oito" rapazes que percorrem o areal de várias praias, de Quarteira, a Vilamoura, passando pelo Garrão e até pelo parque aquático Aquashow. Fabricam-se as típicas bolas, umas com creme e outras sem. E para quem gosta de arriscar novos sabores, há também com recheio de chocolate.

Este ano está a sair do forno uma novidade: bolas de berlim de alfarroba. Não estranhe, portanto, se se deparar com bolas de berlim mais bronzeadas que o normal lá para o sul. João, como muitos dos outros colegas, tira o máximo proveito (financeiro) do que a profissão sazonal lhe traz, o que lhe permite viver confortavelmente durante o resto ano. 

Durante três meses não há espaço para folgas. "Nem um dia sequer", sublinha, acrescentando que se trata de um trabalho "muito exigente e exaustivo". Começa às 8 horas da manhã por dar uma ajuda extra na fábrica, terminando o dia de trabalho quando o sol já se está a pôr. "É até que haja gente na praia, pode ser até às 19h, 20h".

E quando o verão arrumar a trouxa? João Lopes não faz a mínima ideia, só sabe que no verão de 2017 as pessoas continuarão a gostar do bolo que carrega Berlim no nome. O mês de junho não foi "tão bom comparando com junho do ano passado", mas o melhor ainda está para vir. O querido mês de agosto é sempre sinónimo de vendas acrescidas. Até lá, bola para a frente.

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