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'Aqui Nasceu Portugal': A muralha vimaranense da discórdia

Polémica foi levantada numa reunião do Executivo municipal.

'Aqui Nasceu Portugal': A muralha vimaranense da discórdia
Notícias ao Minuto

11:10 - 17/03/16 por Patrícia Martins Carvalho

País Polémica

O negócio remonta a agosto de 2014, mas só ontem foi tornado público. O vereador da Câmara Municipal de Guimarães afeto à CDU, Torcato Ribeiro, explicou ao Notícias ao Minuto que os edifícios contíguos à Torre da Alfândega foram vendidos por 190 mil euros e que na escritura consta que a autarquia não exerceu o seu direito de preferência.

“A autarquia deixou-se apanhar na curva, deixou-se antecipar. Apesar das dúvidas levantadas pela Câmara, a verdade é que um dos acessos à muralha foi vendido”, referiu Torcato Ribeiro, acrescentando que a autarquia “não agiu como devia” ao não fazer uso do seu direito de preferência.

Apesar de a venda em causa ter sido protagonizada em 2014, a verdade é que a Torre da Alfândega, onde está inscrita a frase ‘Aqui Nasceu Portugal’, já estava na mão de privados, pois pertencia à família do artista José de Guimarães.

Mas com esta nova oportunidade, sublinhou o vereador da CDU, “criou-se a possibilidade de concretizar a proposta da Câmara Municipal de devolver a Torre à cidade e aos vimaranenses”, entretanto hipotecada.

Por seu lado, a autarquia alega, em declarações ao Notícias ao Minuto, que a “Torre não corre riscos”. “A câmara tem a Torre, cuja propriedade foi sempre do domínio privado. Neste processo, a autarquia não foi tida nem achada”, começou por dizer Vítor Oliveira, do gabinete de comunicação da autarquia vimaranense, acrescentando que “o que está em causa é os edifícios ao lado que dão acesso à Torre”.

Por isso, sublinhou, é “abusivo dizer que a muralha foi vendida”. “A Câmara já negociou com o proprietário privado de um dos edifícios a possibilidade de se aceder ao topo da muralha”, revelou.

Assim, o responsável conclui que a Torre não está em risco porque, mesmo pertencendo a um privado, não podem ser feitos quaisquer tipos de alterações na Torre sem um licenciamento por parte da autarquia.

Vítor Oliveira revelou ainda que está em curso um “projeto que vai permitir a circulação pública em segurança no topo da muralha existente na Avenida Alberto Sampaio”.

“O percurso será efetuado pelo adarve, caminho de ronda estreito, onde será possível caminhar pela muralha, junto às ameias”, lê-se num comunicado da autarquia, onde se acrescenta ainda que “numa segunda fase, pretende-se concretizar o acesso público à Torre da Alfândega, na Alameda de São Dâmaso, no topo do muramento onde se pode ler a inscrição ‘Aqui Nasceu Portugal’”.

A Torre da Alfândega é a única que sobreviveu ao passar dos séculos. A muralha antiga tinha seis torres e um torreão e esta, que está na esfera privada, é a única que restou para ‘contar’ a História de Portugal.

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