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Arqueólogo português reivindica descoberta de nau portuguesa naufragada

Um arqueólogo subaquático e historiador português lamentou hoje o facto de o seu nome não estar na lista de créditos da descoberta duma nau portuguesa que naufragou no início do século XVI ao largo da costa do sultanato de Omã.

Arqueólogo português reivindica descoberta de nau portuguesa naufragada
Notícias ao Minuto

18:46 - 15/03/16 por Lusa

País Omã

Em declarações à agência Lusa, António Camarão reivindicou a localização da nau e a chefia da primeira escavação preliminar ao largo da ilha Al Hallaniyah, na região de Dhofar, em Omã, onde o navio terá naufragado em 1503.

Segunda-feira, o Ministério do Património e da Cultura de Omã informou que o local do naufrágio foi inicialmente descoberto pela empresa britânica Blue Water Recoveries Ltd. (BWR) em 1998, no 500.º aniversário da descoberta de Vasco da Gama do caminho marítimo para a Índia.

Contudo, o ministério só deu início ao levantamento arqueológico e à escavação em 2013, tendo sido desde então realizadas mais duas escavações em 2014 e 2015, com a recuperação de mais de 2.800 artefactos.

António Camarão lembrou que, em 1998 e 1999, trabalhava para a BWR que, tal como as autoridades omani, anunciaram a descoberta dos destroços e respetivo espólio do primeiro naufrágio de portugueses no oceano Índico.

O arqueólogo subaquático, hoje historiador na Câmara Municipal do Barreiro, a sul de Lisboa, 56 anos, enviou à agência Lusa uma "carta de recomendação" que pediu então ao responsável da BWR, David Mearns, em que é reconhecido o trabalho desenvolvido por António Camarão, "responsabilizando-o" pela localização do achado.

"Enquanto foi nosso funcionário, António foi um «membro chave» da nossa equipa de investigadores e as descobertas que fez, tanto nos arquivos como no terreno, foram essenciais para o êxito que tivemos na altura. WEste trabalho culminou na localização do que pensamos ser os destroços das naus «Vicente Sodré» e «Brás Sodré», uma descoberta arqueológica e histórica de maior importância para Portugal", escreveu David Mearns na carta, datada de 30 de agosto de 2002.

Nesse sentido, exigiu à BWR que inclua o seu nome na lista de créditos do achado.

Contactado pela Lusa, David Mearns confirmou a existência da "carta de recomendações", que António Camarão trabalhou para a BWR a partir do final de 1998 e que o nome do arqueólogo subaquático português figura na Página de Equipa destacada no sítio da empresa, em que são apresentados os membros da expedição desse ano.

"No entanto, a reivindicação de António é errada. A localização exata do local foi assinalada em maio de 1998 por dois membros da equipa de então - Peter Cope e Alex Double. António nem sequer estava em Omã nessa expedição, pelo que é impossível reclamar tais créditos", afirmou.

Mearns indicou, por outro lado, que, na carta de recomendações, disse "bem" de António Camarão com o intuito de o "ajudar a procurar novo emprego".

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