Foi conhecida esta segunda-feira a decisão do Tribunal de Faro de entregar a menina de sete anos ao pai, que está acusado de a ter violado. Em declarações à SIC, a mãe da criança diz que já foram apresentados indícios de que a menina terá sido sexualmente abusada pelo pai.
“Existem vários psicólogos que já estiveram com a minha filha. Dois deles foram ouvidos no tribunal e pediram para não entregar a minha filha porque havia fortes indícios de que algo se estava a passar. Nada disso foi tido em conta”, diz a mãe depois do divórcio em 2010 se refugiou na casa-abrigo do Gabinete de Atendimento à Vítima (GAF) em Viana do Castelo.
A menina esteve afastada do pai devido às suspeitas mas "não foi privada" de contactar com o progenitor. A mãe garante que só a quis proteger até o tribunal analisar o caso e os indícios dos quais o pai está acusado.
“Eu nunca privei a minha filha de estar com o pai quando estive lá em baixo [em Faro]. Eu simplesmente pedi, que até as decisões [do tribunal] saírem, até haver julgamentos, que as visitas fossem vigiadas. Ela está em primeiro lugar e tem de ser protegida. E quando fui encaminhada para a casa de proteção, vim porque tinha medo daquilo que ele me ameaçou. Vi nos olhos dele que ele não estava a brincar”, conta.
Mais ainda. A progenitora garante que há um outro julgamento em curso num outro tribunal e que envolve alegados abusos sexuais do pai, mas que este facto foi também ele ignorado pela justiça.
"Foi ativado pela judiciária um processo crime que ainda não foi julgado. É inadmissível que um tribunal, sabendo a existência de um julgamento em curso, tome a decisão de entregar a minha filha a uma pessoa que fez aquilo que lhe fez”, lamenta.