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João Carlos Silva não fez "qualquer frete" ao PS, diz Teixeira dos Santos

O ex-ministro das Finanças, Teixeira dos Santos, afirmou esta terça-feira em tribunal que o arguido do processo Taguspark João Carlos Silva não fez "qualquer frete" ao PS no exercício das funções de secretário de Estado do Orçamento.

João Carlos Silva não fez "qualquer frete" ao PS, diz Teixeira dos Santos
Notícias ao Minuto

12:07 - 12/03/13 por Lusa

País Taguspark

"Não tenho dúvidas algumas em dizer que a sua motivação era servir o interesse público. Nunca constatei nenhum episodio em que João Carlos Silva estivesse a fazer qualquer frete fosse a quem fosse, em particular ao PS", disse Teixeira dos Santos durante a sessão de hoje do julgamento que decorre no tribunal de Oeiras.

O ex-ministro das Finanças do XVIII Governo (de José Sócrates), testemunha abonatória arrolada pela defesa do antigo secretário de Estado do Orçamento (no Governo de António Guterres) e antigo presidente da RTP, foi hoje ouvido através de videoconferência a partir do Porto.

Teixeira dos Santos destacou o "empenhamento" da actuação de João Carlos Silva no exercício de funções públicas, numa altura em que "havia um desígnio nacional" para que Portugal integrasse a moeda única.

Durante a sessão foi ainda ouvido o jornalista José Rodrigues dos Santos, director de informação da RTP em 2000, altura em que João Carlos Silva foi administrador da televisão pública.

José Rodrigues dos Santos afirmou ao colectivo de juízes que João Carlos Silva nunca pôs em causa a sua imparcialidade na gestão da informação da RTP.

"Houve uma altura em que comecei a ser muito contestado pelo PS e pelo Governo e a partir do momento em que a pressão começou a surgir senti sempre apoio da parte dele", disse.

De acordo com o jornalista, o facto de João Carlos Silva ser um político "teve um efeito curioso que de certo modo o deixou condicionado" e sob suspeita, dentro e fora da RTP.

"Nunca me aconteceu ele ter feito sugestões para abrir o jornal com isto ou aquilo. Eu sentia que havia decisões que geravam desconforto, no sentido que ele iria ter alguém do seu partido que o ia azucrinar. Todas as decisões tomadas por mim foram tomadas em consciência e nem uma única ele desrespeitou", afirmou.

À semelhança da audição na quinta-feira a Arons de Carvalho (antigo secretário de Estado socialista para a Comunicação Social), a defesa de João Carlos Silva pretendeu demonstrar aos juízes, através destas duas testemunhas abonatórias, que o antigo administrador da RTP não concedeu favorecimentos ao PS no exercício das suas funções profissionais.

No processo que agora se encontra em julgamento, estão em causa, segundo a acusação, alegadas contrapartidas que a Taguspark terá dado, por intermédio do ex-administrador Rui Pedro Soares, ao ex-futebolista Luís Figo para este apoiar a campanha de José Sócrates, então primeiro-ministro e líder do PS, nas legislativas de Setembro de 2009.

João Carlos Silva, à data dos factos administrador do Taguspark, Rui Pedro Soares, ex-administrador não executivo do polo tecnológico de Oeiras, e Américo Tomatti, presidente da comissão executiva do Taguspark, estão acusados de corrupção passiva para acto ilícito.

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