As forças de segurança atravessam um período traumático. Desde o início do ano, já se registou 15 suicídios, o dobro dos registados no ano passado. Só este mês de novembro foram sete os profissionais a acabar com a própria vida, entre a GNR e a PSP.
A situação é de tal forma grave que o Ministério da Administração Interna (MAI) já informou que vai pedir o contributo das associações socioprofissionais da GNR e dos sindicatos da PSP para a revisão do plano de prevenção do suicídio nas forças de segurança.
Foram chamados os sindicatos e daqui a uma semana serão apresentadas medidas concretas, avança o Expresso. Desde há dois meses a esta parte, vários agentes da PSP foram chamados a fazer rastreios psicológicos.
A publicação destaca que podem ser vários os motivos que levam as forças de segurança a cometer suicídio: problemas económicos, afastamento de casa, desagregação familiar e, inclusive, o porte permanente da arma de serviço.
“Praticamente a totalidade dos suicídios é cometida com a arma de serviço, colocando a questão sobre os procedimentos a adotar quanto à restrição do porte de arma perante vulnerabilidades psíquicas que possam indiciar elevado risco de suicídio. Mas esta matéria é complexa, já que a restrição pode ser interpretada como vexatória ou de desqualificação da função da polícia”, afirmou ao Expresso Carlos Braz Saraiva, psiquiatra envolvido na elaboração do Plano Nacional de Prevenção do Suicídio.