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Investigadora defende apoio para professores com deficiência

A investigadora Paula Campos Pinto defendeu hoje a necessidade de apoiar os professores com deficiência para que a escola seja verdadeiramente inclusiva para toda a comunidade, afirmando tratar-se de uma realidade ainda por estudar em Portugal.

Investigadora defende apoio para professores com deficiência
Notícias ao Minuto

09:12 - 20/11/15 por Lusa

País Ensino

Coordenadora do Observatório da Deficiência e os Direitos Humanos, a investigadora estudou o trabalho feito noutros países ao longo dos últimos anos para concluir que estes professores são "competentes e dedicados".

"Eles próprios passaram pela segregação da escola especial, por isso empenham-se numa escola inclusiva", disse à agência Lusa, acrescentando que os alunos têm normalmente "uma representação positiva" destes docentes, acabando por reconhecer o seu esforço e o seu trabalho.

A deficiência no exercício da profissão docente vai ser tema de um encontro nacional que a Federação Nacional dos Professores (Fenprof) promove pela primeira vez no sábado, em Lisboa, juntamente com a Confederação Nacional dos Organismos de Deficientes (CNOD).

"Em Portugal não existe nenhuma pesquisa sobre esta temática, há que compreender melhor este problema", declarou a investigadora que vai apresentar no encontro um resumo dos resultados obtidos em estudos internacionais.

"A nível internacional, destaca-se a resiliência que estes docentes foram desenvolvendo", referiu, acrescentando que há "uma sub-representação dos professores com deficiência tanto nas escolas nacionais como de outros países.

"É preciso apoiar a inserção destes professores", sublinhou.

Em declarações à Lusa, o secretário-geral da Fenprof, Mário Nogueira, lembrou que quando se fala de inclusão é normalmente por causa dos alunos com necessidades especiais, deixando esquecidos os professores.

"Existem quotas para que possam concorrer (a um lugar nas escolas), mas não sabemos sequer como funcionam, nem quantos são os docentes afetados porque o Ministério da Educação nunca facultou esses dados", lamentou.

De acordo com Mário Nogueira, há professores que suportam despesas elevadas para conseguirem fazer o seu trabalho.

Como exemplo citou o caso de uma professora cega que, por ano, "gasta milhares de euros" para pagar a quem lhe possa ler os trabalhos e os testes dos alunos para os corrigir.

Nas escolas, garantiu, ainda há muitas barreiras arquitetónicas para pessoas com mobilidade reduzida, incluindo edifícios intervencionados pela Parque Escolar.

Durante o encontro, apoiado pelo Instituto Nacional para a Reabilitação, vão ser apresentados testemunhos de docentes.

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