A campanha pretende "incentivar os cidadãos a expressar uma opinião clara em favor da conservação da natureza e contra a alteração das diretivas Aves e Habitats", refere uma informação divulgada pelas seis organizações portuguesas que compõem a Coligação e que fazem parte do grupo de 90 organizações não governamentais do movimento.
O objetivo, dizem, é que os cidadãos de todos os países da União Europeia transmitam a sua posição "contra o enfraquecimento das leis" que protegem a natureza e que "a Comissão Europeia, liderada pelo Presidente Juncker, pretende implementar", colocando "em risco" a conservação da natureza como existe atualmente.
A campanha será sobretudo divulgada através das redes sociais e procura reunir o maior número possível de cidadãos "contra eventuais alterações às leis que protegem a natureza", referem as entidades que formam o C6 - Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (SPEA), Liga para a Proteção da Natureza (LPN), Quercus, WWF Portugal, Grupo de Estudos do Ordenamento do Território e Ambiente (GEOTA) e Fundo para a Proteção dos Animais Selvagens (FAPAS).
A justificação das ONG para este movimento refere que "a Comissão Europeia decidiu proceder a uma avaliação aprofundada de ambas as diretivas para determinar se elas são eficazes na proteção da natureza", um processo que os ambientalistas consideram estar a acontecer "num contexto claramente hostil à conservação da natureza".
As organizações salientam mesmo que "o presidente Juncker é conhecido por ser 'business-friendly' e anti-preocupações ambientalistas, portanto não se preveem melhorias, mas sim uma flexibilização negativa" que dizem ser "em prole de um desenvolvimento económico a qualquer custo".
Para os ambientalistas europeus, as leis de defesa da natureza na Europa são "reconhecidas como sendo das mais eficazes em todo o mundo" para proteger animais, plantas e habitats ameaçados.
A União Europeia tem a maior rede mundial de áreas protegidas, a Rede Natura 2000, que abrange cerca de um quinto da área terrestre e 4% das áreas marinhas europeias.
As ONG realçam ainda que o processo de consulta pública permite aos cidadãos participar e manifestar a sua opinião sobre estas matérias até 24 de julho.
Em Portugal, as diretivas de conservação da natureza "permitiu salvar da extinção alguns dos animais mais emblemáticos, como a águia-imperial ou o lince ibérico, e, sem elas, teríamos uma natureza mais pobre e com mais poluição e não teríamos as magníficas paisagens que ainda temos e que são promovidas como estandartes turísticos de um país protegido e saudável", salienta a Coligação.