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Lajes: "Governo não exclui todas as hipóteses possíveis"

O ministro dos Negócios Estrangeiros afirmou hoje que o Governo português "não exclui todas as hipóteses possíveis" quanto ao futuro da base das Lajes e admitiu que a negociação com os Estados Unidos será difícil, mas espera um resultado positivo.

Lajes: "Governo não exclui todas as hipóteses possíveis"
Notícias ao Minuto

16:13 - 24/02/15 por Lusa

País Rui Machete

Rui Machete participa hoje numa audição conjunta nas comissões parlamentares dos Negócios Estrangeiros e da Defesa Nacional, a par do ministro da Defesa, a propósito do futuro das Lajes, depois de os Estados Unidos terem confirmado, em janeiro, a intenção de reduzir a presença na base aérea açoriana.

"Desde o início deste processo que o Governo deixou bem clara a sua intenção de prosseguir o diálogo com as autoridades norte-americanas, procurando uma via de diálogo que permita encontrar uma boa solução, em detrimento de qualquer opção pela confrontação que, tal como noutras situações desta natureza, não traz qualquer benefício", afirmou o chefe da diplomacia portuguesa, na sua intervenção inicial na audição.

"Mas", sublinhou, o executivo português "deixou também clara a intenção de ser firme nos seus propósitos, não excluindo todas as hipóteses possíveis".

Rui Machete reconheceu que "a negociação com os Estados Unidos será seguramente complexa", mas afirmou esperança de que "as sólidas relações de amizade e de cooperação entre os dois países permitirão que se chegue a bom porto".

Na sua intervenção, o ministro dos Negócios Estrangeiros prometeu, da parte do Governo português, "firmeza na defesa dos interesses nacionais, apontando sempre as responsabilidades e os compromissos assumidos pela parte norte-americana, seja no que se refere à dimensão das reduções, seja quanto à forma de as aplicar".

Ao executivo cabe a "responsabilidade" de "proteger e acompanhar os trabalhadores afetados, as suas famílias, a sociedade terceirense e a Região Autónoma dos Açores no seu todo, sobre quem recai o essencial dos impactos desta redução, numa base que tem sido, há sete décadas, um fator central da atividade económica da ilha [Terceira] e um símbolo dos interesses estratégicos comuns" que unem Portugal e os Estados Unidos, acrescentou.

Machete recordou que depois de as autoridades norte-americanas terem confirmado a sua intenção de reduzir a presença na base das Lajes, a 08 de janeiro, o Governo português "emitiu um comunicado onde expressou o seu forte desagrado pela decisão tomada, manifestou preocupação pelas consequências da referida decisão na situação económica e social da ilha Terceira e informou que iria proceder a uma análise detalhada destas indicações e das suas repercussões".

O ministro anunciou que o grupo de trabalho entretanto constituído pelo Governo para acompanhar este processo realiza a sua primeira reunião hoje. Esta comissão integra representantes, ao nível de secretário de Estado, dos ministérios das Finanças, dos Negócios Estrangeiros, da Defesa Nacional, dos Assuntos Parlamentares e Igualdade, do Desenvolvimento Regional, do Emprego e da Economia, e inclui também o vice-presidente do Governo Regional dos Açores.

Rui Machete salientou ainda o envolvimento do Governo açoriano nas negociações, nomeadamente com a presença do presidente do executivo regional, o socialista Vasco Cordeiro, na reunião da comissão bilateral permanente do passado dia 11, que permitiu que a "delegação portuguesa, falando a uma só voz, tivesse oportunidade de reiterar o seu forte desagrado pelas reduções anunciadas e de transmitir, em termos globais, os princípios da sua posição negocial, designadamente em matéria laboral, de infraestruturas, das consequências ambientais e de mitigação dos efeitos socioeconómicos".

O ministro destacou também o envolvimento dos membros lusodescendentes do Congresso norte-americano, que classificou de "determinante para um papel mais ativo por parte do Senado e da Câmara de Representantes e beneficiou em muito da estreita articulação mantida entre o Governo da República e o Governo Regional".

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