Deve ser cumprido plano de manutenção da Linha de Cascais
O cumprimento do plano de manutenção aprovado para a Linha de Cascais é uma das recomendações feitas à CP -- Comboios de Portugal pela comissão de inquérito que investigou o descarrilamento de dois comboios, em 2013.
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País Relatório
O relatório final da investigação, a que a agência Lusa teve hoje acesso, recomenda também que a CP providencie junto da Empresa de Manutenção de Equipamento Ferroviário (EMEF), seu prestador de serviços de manutenção de material circulante, "a identificação urgente de veios motores que estejam ao serviço e que façam parte de mesmo lote de fabrico do fraturado, bem como de outros que não seja possível rastrear a sua origem".
A comissão de inquérito, nomeada pelo Instituto da Mobilidade e dos Transportes, concluiu que a rutura do veio motor dos rodados de um dos comboios esteve "na origem dos dois descarrilamentos", sublinhando ter-se tratado de "uma falha técnica".
No documento é pedida a realização de exames ultrassónicos (espécie de ecografia) a todos os veios motores, com exceção daqueles que tenham sido examinados há menos de um mês, e a realização imediata, para toda a frota de material circulante da Linha de Cascais, de todos os exames ultrassónicos prescritos adicionalmente.
O relatório, com data de 11 de março de 2013, recomenda também a realização de um estudo, no prazo de um mês, sobre a necessidade de revisão da atual periocidade de exames ultrassónicos aos veios motor, tendo em conta a vida útil dos que se encontram ao serviço.
Outra das recomendações é a rastreabilidade dos rodados, nomeadamente de eixos e rodas que ainda não se encontrem identificados.
É pedido à CP que envie ao IMT, no prazo de um mês, procedimentos escritos dirigidos à tripulação dos comboios, para o diagnóstico e, ou, implementação de medidas em caso de avarias nos órgãos de rolamento e freio, que causem, nomeadamente, sobreaquecimentos.
Nesse sentido, é solicitada a criação de um plano de formação para as tripulações.
É ainda recomendado que, em 30 dias, fosse enviado ao IMT um plano para reparação urgente de motores de tração, de modo a eliminar a circulação de unidades com estes motores fora de serviço por avaria.
Em relação à REFER -- Rede Ferroviária Nacional, a comissão de inquérito pede que estude, no prazo de um mês, a possibilidade de implementação de melhorias nos aparelhos de mudança de via instalados na Linha de Cascais, de forma a detetar avarias causadas pelo material circulante.
Outras das recomendações é que a REFER dê máxima prioridade à conclusão da instalação do sistema de deteção de caixas e rodados quentes, e à instalação de um sistema de pesagem dinâmica e deteção de lisos nas rodas dos comboios, de modo a permitir a integral cobertura da rede, incluindo a Linha de Cascais.
A Lusa questionou a CP e a REFER sobre que recomendações da comissão de inquérito é que tinham sido implementadas, mas não obteve resposta.
Numa resposta escrita, o ministério da Economia informa que o Gabinete de Investigação de Segurança e de Acidentes Ferroviários "está a fazer o acompanhamento periódico da sequência dada às recomendações feitas no relatório, prevendo-se novo reporte das empresas em janeiro do próximo ano".
A tutela acrescenta que, deste acompanhamento, "estão a ser tomadas diversas medidas com vista a mitigar o risco de recorrência de tais acidentes, cuja probabilidade de ocorrência era já de si extremamente reduzida".
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