Estudo de impacte ambiental da expansão do porto de Sines "é leviano"

O presidente da associação SOS -- Salvem O Surf considerou hoje que o estudo de impacte ambiental da expansão do terminal de contentores do porto de Sines "é leviano" em relação aos utilizadores da praia de São Torpes.

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Lusa
15/12/2014 12:53 ‧ 15/12/2014 por Lusa

País

SOS

O documento "não quantifica corretamente os impactes já causados", no areal e nas ondas, pela construção do molhe de proteção do Terminal XXI, comentou hoje à agência Lusa o líder desta organização de cariz ambiental, Pedro Bicudo.

O estudo de impacte ambiental, que se encontra em consulta pública, refere-se à terceira e quarta fases do projeto de expansão daquela infraestrutura do porto de Sines, no litoral alentejano.

De acordo com o resumo não técnico, a que a Lusa teve acesso, na terceira fase, o terminal gerido pela PSA Sines fica com capacidade para movimentar anualmente 2,3 milhões de TEU (unidade equivalente a um contentor de 20 pés) e, na quarta fase, aumenta para três milhões de TEU.

A ampliação do cais implica ainda a extensão do terrapleno e do respetivo molhe de proteção, pode ler-se no mesmo documento.

Para Pedro Bicudo, "qualquer aumento do molhe será muito grave para a praia" e para "o turismo no Alentejo".

Após a construção do chamado molhe leste e da sua primeira ampliação, concluída em 2012, a praia de São Torpes, a sul de Sines, e a prática de surf na mesma "foram afetadas".

"Em mais de metade da praia", que tem cerca de 1.800 metros de extensão, "há menos areia, ficando imensas pedras emersas, o que prejudica enormemente as escolas de surf e os banhistas", explicou o surfista e professor universitário.

A altura das ondas "diminuiu" e a sua orientação foi alterada, o que "já mudou a morfologia da praia", além de ter "desaparecido" o "fenómeno de focagem", importante na formação das ondas em locais com "grande qualidade" para a prática de surf, acrescentou.

"A praia de São Torpes é a mais frequentada pelos banhistas e surfistas da região", referiu Pedro Bicudo, frisando que "não há outra com as mesmas características que a possa substituir''.

O responsável "tem receio" de que o "valor turístico" da praia reduza e alerta para as perdas para a economia regional.

Em São Torpes, "poderia haver 50 escolas de surf", garantiu, cada uma delas com "potencial para gerar um milhão de euros por ano".

Os surfistas não estão contra a ampliação do terminal de contentores, mas "gostariam que o porto procurasse alternativas que não afetassem mais a praia", como a expansão "noutra direção", concluiu.

O estudo considera que as obras terão "impactes positivos" nas "condições de uso balnear na praia", devido à "redução da altura da ondulação", e potenciais "impactes negativos para a prática do surf na zona próxima dos molhes da central termoelétrica", ambos considerados "pouco significativos".

O documento sugere que seja previsto "um mecanismo compensatório para as três escolas de surf instaladas na praia".

O estudo de impacte ambiental, incluindo o resumo não técnico, cujo período de consulta pública termina hoje, está disponível na Agência Portuguesa do Ambiente, na Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Alentejo, na Câmara Municipal de Sines e na Internet (www.apambiente).

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