Em declarações à agência Lusa, a dirigente do STFPSN Cristina Cameira acrescentou que nas autarquias não representadas por este sindicato, a paralisação situou-se nos 30%.
"Os números são muito bons, atendendo ao facto de ter sido a primeira greve por nós convocada neste setor", afirmou a dirigente sindical.
Os polícias municipais, exceto os do Porto e Lisboa, paralisaram hoje para reivindicar o reconhecimento da carreira como especial e um subsídio de risco.
"Atualmente, os polícias municipais não passam de meros assistentes técnicos, auferindo o salário de um funcionário administrativo, e não são essas as funções desempenhadas por eles", frisou Cristina Cameira.
Além destas reivindicações, o sindicato exige a criação de meios de defesa e proteção pessoal para os agentes.
A dirigente sindical lembrou que os polícias municipais, cuja carreira foi criada em 2000, arriscam a vida e andam nas ruas e, atualmente, estas tarefas não são reconhecidas.
Cristina Cameira referiu que no país existem polícias municipais de "primeira e segunda classe", isto porque, os agentes do Porto e Lisboa estão afetos à Polícia de Segurança Pública (PSP), auferindo um salário "muito superior".
O agente municipal Ricardo Guimarães revelou que, este ano, já se realizaram três reuniões com o Ministério da Administração Interna (MAI) e uma com a Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP) e os resultados práticos são "zero".
"A carreira de polícias municipais continua a degradar-se", considerou.
Ricardo Guimarães lembrou que há agentes que não têm armas, bastão, cartão de identificação, rádios ou formação de tiro há sete anos.
"Além disso, o fardamento e os meios variam de autarquia para autarquia, responsáveis pela gestão dos polícias municipais", disse.