Nobel da Paz deve encorajar Índia e Paquistão a promoverem a paz
O arcebispo de Goa e Damão, na Índia, defendeu hoje que a atribuição do Nobel da Paz a um indiano e a uma paquistanesa deve encorajar os líderes da Índia e do Paquistão a promoverem a paz.
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País Arcebispo
"Eu penso que o Prémio Nobel deve servir de encorajamento para os líderes dos dois países [Índia e Paquistão] promoverem a paz", afirmou Filipe Néri Ferrão, na conferência de imprensa que antecedeu o início da peregrinação internacional de outubro ao Santuário de Fátima, a que vai presidir.
Para Filipe Néri Ferrão, a atribuição do Nobel da Paz à paquistanesa Malala Yousafzai, de 17 anos, e ao indiano Kailash Satyarthi, de 50, significa, também, "esperança".
"É uma esperança e uma espécie de desafio para todos nós que tenham escolhido pessoas do subcontinente Índia e Paquistão, sobretudo porque não temos uma relação pacífica entre os dois países", declarou o arcebispo de Goa e Damão.
O prelado lembrou que este subcontinente "tem muitos outros problemas", como "a pobreza, a iliteracia ou a falta de infraestruturas".
"Por isso, uma relação pacífica no subcontinente permitirá aos países, não só Índia e Paquistão, mas também ao Bangladesh, trabalhar de forma mais determinada para promover a paz" nesta região, acrescentou.
Já o vice-presidente da Conferência Episcopal Portuguesa e bispo da Diocese de Leiria-Fátima, António Marto, realçou o facto de o Nobel da Paz ter distinguido duas pessoas que se empenharam pelos "direitos da infância e pela dignidade da condição feminina".
"São um símbolo para todos aqueles que lutam para dar uma esperança aos desfavorecidos, aos esquecidos, aos oprimidos", considerou António Marto.
O prelado referiu ainda que são "duas personagens do continente asiático, um indiano, Kailash, e outra paquistanesa, Malala, um homem, outra mulher, um idoso, outra uma jovem de 17 anos, tudo isto é significativo", destacando ainda que o Nobel distinguiu "um hindu e outra muçulmana".
A paquistanesa Malala Yousafzai e o indiano Kailash Satyarthi venceram o prémio Nobel da Paz, anunciou na sexta-feira a Academia Sueca.
A ativista paquistanesa era a mais jovem entre os favoritos a receber o galardão. Já Kailash Satyarthi é um indiano que também tem lutado contra o trabalho infantil.
Malala tornou-se num símbolo reconhecido internacionalmente de resistência aos esforços dos talibãs em negar educação e outros direitos às mulheres.
Kailash Satyarthi é um dos promotores da Marcha contra o Trabalho Infantil e já resgatou mais de 60 mil crianças-trabalhadores e também adultos mantidos sob regime de escravidão.
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