FAL exige igualdade de oportunidades no acesso ao Ensino Superior

A Federação Académica de Lisboa (FAL) defendeu hoje medidas que assegurem "igualdade de oportunidades" no acesso ao ensino superior.

Federação Académica de Lisboa (FAL)

© Federação Académica de Lisboa

Lusa
24/08/2025 16:36 ‧ há 5 horas por Lusa

País

Ensino superior

Num comunicado enviado à agência Lusa, a FAL preconizou a "necessidade urgente de medidas" que garantam também "o reforço do apoio social aos estudantes e a valorização estratégica do ensino superior em Portugal".

 

"Os resultados agora conhecidos da primeira fase do concurso nacional de acesso ao ensino superior para o ano letivo de 2025/2026 revelam uma tendência que deve preocupar toda a sociedade portuguesa", alertou.

A organização académica da capital referiu que, desta vez, "candidataram-se apenas 48.718 estudantes, menos 9.583 do que em 2024, e foram colocados 43.899 novos estudantes, o que representa uma quebra de 16,4% face ao ano passado e o valor mais baixo da última década".

"Ao mesmo tempo, sobraram 11.513 vagas, mais do dobro das registadas em 2024, confirmando a existência de um desequilíbrio profundo entre a oferta formativa e a procura efetiva por parte dos jovens", sublinhou.

Para a FAL, "os números são claros e transversais: as universidades de Lisboa (-293 colocados), do Porto (-47), de Coimbra (-188) ou do Minho (-280) registaram quedas significativas, ao mesmo tempo que politécnicos como os de Santarém (-43,1%), Guarda (-46,7%) ou Tomar (-44,8%) viram praticamente metade dos seus lugares ficar por preencher".

"A par desta quebra generalizada, verificou-se também uma descida acentuada em áreas estratégicas como a engenharia e as competências digitais, onde milhares de vagas sobraram. Este não é apenas um problema estatístico, é um retrato de um país que está a perder a capacidade de fixar e formar os seus jovens", lamentou.

Na ótica da Federação Académica de Lisboa, "quatro fatores ajudam a explicar esta realidade: a quebra demográfica, que ano após ano reduz o número de potenciais candidatos, os custos incomportáveis da vida académica, em particular do alojamento, que afastam milhares de estudantes do ensino superior, a migração crescente dos jovens portugueses, que procuram no estrangeiro as oportunidades de futuro que não encontram em Portugal, e a alteração dos requisitos de acesso" através do concurso nacional.

"É urgente agir com medidas concretas que invertam esta trajetória. Desde logo, é essencial um reforço estrutural do apoio social, assegurando que nenhum jovem é impedido de estudar por razões económicas", reclamou.

Segundo a FAL, isso implica "acelerar o investimento em residências universitárias públicas, alargar os critérios de atribuição de bolsas e garantir que o processo é célere e previsível".

Por outro lado, considerou "fundamental ajustar o modelo de acesso, tornando-o mais transparente, justo e alinhado com a realidade das novas gerações, evitando a exclusão desnecessária de candidatos que, embora capazes, não encontram hoje vias de ingresso".

"É imperativo valorizar a rede politécnica e universitária em regiões do interior, através de incentivos à frequência e de políticas de desenvolvimento territorial que criem condições de vida atrativas para estudantes e jovens diplomados", recomendou.

Portugal, segundo a FAL, deve também "apostar numa verdadeira estratégia de internacionalização, não apenas para captar estudantes estrangeiros, mas também para reter os portugueses que hoje optam por estudar fora".

"Cada vaga sobrante representa uma oportunidade perdida, cada jovem que não prossegue os estudos superiores é um talento desaproveitado e cada estudante que parte para o estrangeiro sem perspetiva de regresso é uma perda para o futuro do país", enfatizou a organização estudantil.

Leia Também: Universidades esperam número de candidatos à 2.ª fase mais elevado

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