O presidente da Junta de Freguesia de Loriga, José Pinto, afirmou este domingo que o incêndio "se expandiu perigosamente para a vila de Loriga durante a noite".
"Está-se a expandir o fogo, não sei porquê", disse o autarca, em entrevista à CNN. "Estiveram o dia todo [ontem] a deitar água no fogo e durante a noite expandiu-se", relatou José Pinto.
Tendo em conta o dia anterior, o autarca afirmou que no sábado a situação parecia mais controlada do que a que se faz sentir este domingo em Loriga, naquela que é a única frente ativa ainda do incêndio de Arganil.
"O fogo estava a lavrar ontem numa zona onde não havia grande perigo, mas esta noite, apesar de os bombeiros se terem mantido, acho que se expandiu perigosamente para a vila de Loriga", concluiu o autarca.
Contudo, José Pinto afirmou estar satisfeito por ter tanto meios aéreos como o próprio exército no terreno no combate às chamas.
"Espero que seja hoje o dia para acabarmos com o fogo", afirmou o presidente da junta.
Para já, o autarca confessou que está "com medo" perante a situação atual e que receia que aconteça o mesmo em Loriga que aconteceu em Alvoco da Serra, em Seia.
"Se se aproxima das casas e dos bens isto pode ser o mesmo que aconteceu em Alvoco da Serra em que tudo ardeu", disse o autarca, que pouco antes tinha estado ao telemóvel com o seu homólogo de Alvoco da Serra.
O incêndio em causa, começou no dia 13 de agosto em Arganil, Piódão e tinha ficado sem frentes ativas na sexta-feira. No entanto, no sábado, e apesar do trabalho dos operacionais no terreno, reacendeu-se e lavra agora em Loriga - a sua única frente, de momento.
Os fogos já provocaram quatro mortos, incluindo um bombeiro, e vários feridos, alguns com gravidade, e destruíram total ou parcialmente casas de primeira e segunda habitação, bem como explorações agrícolas e pecuárias e área florestal.
Portugal ativou o Mecanismo Europeu de Proteção Civil, ao abrigo do qual dispõe de dois aviões Fire Boss, um helicóptero Super Puma e dois aviões Canadair.
Segundo dados oficiais provisórios, até 23 de agosto arderam cerca de 248 mil hectares no país, mais de 57 mil dos quais só no incêndio que teve início em Arganil.
Segundo dados oficiais provisórios, até 23 de agosto arderam cerca de 248 mil hectares no país, mais de 57 mil dos quais só no incêndio que teve início em Arganil.
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